Durante a ação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais dos investigados, nas cidades de Santaluz, Salvador e Lauro de Freitas. De acordo com as investigações, a Prefeitura de Santaluz firmou contratos, por inexigibilidade de licitação, para assessoria jurídica e técnico-administrativa em áreas de contratações públicas. No entanto, os contratos apresentaram sobreposição de objetos e conflitos de interesse, levantando suspeitas de fraude, desvio de recursos públicos e crimes de responsabilidade.
Os contratos, que ultrapassam R$ 600 mil, não demonstraram a efetiva entrega dos serviços contratados e indicam o envolvimento de agentes públicos no direcionamento das contratações. Além disso, as investigações revelaram vínculos familiares e societários entre os contratados e membros da gestão municipal, o que reforça a suspeita de favorecimento ilícito.
A operação Tricoderma recebeu esse nome devido a um agente de biocontrole (Trichoderma), utilizado para combater a "podridão do tronco", uma praga do sisal. O fungo que causa essa doença afeta as folhas da planta e pode comprometer a produção do sisal, simbolizando o impacto negativo das práticas investigadas na administração pública.
A ação é fruto de investigações conduzidas pela Procuradoria-geral de Justiça Adjunta para Assuntos Jurídicos e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), com o apoio da Polícia Civil, por meio de departamentos especializados em repressão ao crime organizado.