Aliados pressionam Tarcísio a se desvincular da família Bolsonaro antes de 2026
Entorno do governador vê recuo de Flávio Bolsonaro e aposta em anúncio entre fevereiro e março
Por: Redação
09/12/2025 • 12:17
Interlocutores próximos ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), têm defendido que ele adote um movimento gradual de distanciamento da família Bolsonaro e prepare o terreno para anunciar sua candidatura ao Palácio do Planalto entre o fim de fevereiro e o início de março.
Segundo aliados, a avaliação interna é de que a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não deve avançar até o período de oficialização. Para esse grupo, o lançamento do nome de Flávio serve mais como estratégia política da família Bolsonaro: fortalecer o discurso de perseguição, reforçar a defesa da anistia, manter influência sobre Michelle Bolsonaro e, sobretudo, “atribuir valor” ao peso eleitoral do sobrenome Bolsonaro em 2026 antes de negociar apoio.
A leitura entre aliados de Tarcísio é que, com a provável saída de Flávio da disputa, o governador pode usar o tempo a seu favor, mantendo-se discreto enquanto consolida um afastamento cuidadoso, sem rompimentos ou gestos bruscos da família Bolsonaro.
Sinal público calculado
Esse movimento teria sido percebido na declaração de Tarcísio nesta segunda-feira (8), após três dias de silêncio sobre a pré-candidatura de Flávio. O governador manifestou apoio ao senador, mas ressaltou que haverá outros nomes competitivos na corrida presidencial, frase interpretada por aliados como um aceno de independência.
Para o entorno de Tarcísio, pesquisas recentes mostram que o eleitorado de 2026 não quer um nome alinhado diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tampouco deseja garantir novo mandato ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A leitura é de que ambos representam projetos associados ao passado.
Cenário favorável nas pesquisas
Os levantamentos analisados pela equipe de Tarcísio indicam que sua alta taxa de desconhecimento nacional, combinada à baixa rejeição, o colocaria como um candidato competitivo contra Lula. O petista, por sua vez, tem ampla visibilidade, mas também um patamar elevado de rejeição.
A mesma percepção é compartilhada na cúpula do Republicanos. O presidente nacional da sigla, Marcos Pereira, inclusive optou por não participar da reunião realizada na segunda-feira (8) entre Flávio Bolsonaro e dirigentes do Centrão, reforçando o distanciamento gradual defendido por aliados do governador.
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