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Lúcio Vieira Lima quebra o silêncio e dispara críticas sobre aliados em Feira

Ex-deputado e presidente de honra do MDB avaliou erros políticos e o cenário da Bahia

Por: Marcos Flávio Nascimento

05/11/202517:00

No programa Portal Esfera no Rádio, transmitido pela Itapoan FM (97,5), o ex-deputado federal e presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima, fez uma análise contundente sobre o cenário político de Feira de Santana. Durante a entrevista, o dirigente avaliou a perda de força do partido em importantes municípios e criticou o desempenho administrativo do ex-prefeito Colbert Martins, que já foi um dos principais quadros emedebistas no estado.

Foto Lúcio Vieira Lima quebra o silêncio e dispara críticas sobre aliados em Feira
Foto: Lorena Bomfim / Portal Esfera

Ao comentar o cenário municipal, Lúcio afirmou que a legenda sofreu prejuízos políticos significativos ao apoiar lideranças que, posteriormente, se afastaram do partido. Segundo ele, Colbert e outros nomes, como o ex-prefeito João Henrique, foram exemplos de quadros que deixaram o MDB sem contribuir para o fortalecimento da sigla.

“Nós colocamos recursos, tempo e articulação para eleger pessoas que acabaram não retribuindo politicamente. É um ativo que se perde”, afirmou.

Perdas e reposicionamento do MDB

Durante a entrevista, o ex-deputado recordou que o MDB foi decisivo para a ascensão de Colbert na política feirense, ao colocá-lo como vice e, depois, permitir que assumisse a prefeitura. No entanto, para Lúcio, o resultado foi aquém do esperado.

“Quando ele vai pra lá e não trabalha pelo crescimento do MDB, nós perdemos um ativo. O mesmo aconteceu com João Henrique em Salvador”, disse.

A avaliação também teceu críticas a Geraldo Júnior, vice-governador da Bahia. Segundo Lúcio, a candidatura dele à prefeitura de Salvador em 2024 prejudicou a ampliação do número de prefeitos emedebistas no estado. “Se Geraldinho não sai candidato e entra na campanha do MDB, faríamos 50 prefeitos, não 32. Ele acabou engessado por estar na disputa”, analisou.

Relações políticas e bastidores eleitorais

O dirigente também falou sobre especulações envolvendo o nome do atual prefeito de Feira, José Ronaldo. Questionado sobre uma possível aproximação entre Ronaldo e o MDB, Lúcio confirmou que já houve convite, mas descartou novas conversas recentes.

“Convidei Zé Ronaldo lá atrás, quando ele ainda estava na base de Neto. Naquele momento, queríamos quadros bons para o partido, quanto melhor o time, mais forte o MDB”, afirmou.

Lúcio, contudo, minimizou rumores sobre uma eventual aliança entre Zé Ronaldo e o governador Jerônimo Rodrigues. Para ele, o contexto atual torna improvável uma movimentação desse tipo. “Zé Ronaldo tem mais uma reeleição em Feira, não vejo por que ele deixaria a prefeitura para ser vice. Isso é mais especulação do que fato”, avaliou, em tom crítico à imprensa que, segundo ele, “precisa especular quando falta notícia”.

Análise sobre o cenário estadual e nacional

O ex-deputado também traçou um panorama sobre o posicionamento do MDB diante das forças políticas que comandam a Bahia. Ele destacou a força da base do governador Jerônimo Rodrigues, composta por siglas como PT, PSD, PSB, PCdoB, Avante e o próprio MDB. Em contraponto, avaliou que a oposição liderada por ACM Neto perdeu fôlego e referência nacional.

Para Lúcio, a ausência de uma “âncora” presidencial fragiliza o ex-prefeito de Salvador.

“No tempo de Geddel, a gente dizia que tinha político costeando o alambrado, chegando devagar. Hoje não tem mais isso. O cara corta o alambrado e entra. Neto reza para que Tarcísio seja candidato, porque depende disso para ter sustentação”, ironizou.