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Deputado Binho Galinha é suspenso do PRD após prisão por suspeita de milícia

Partido afastou o parlamentar 11 dias após prisão; ele é acusado de chefiar esquema de lavagem de dinheiro na Bahia

Por: Redação

15/10/202509:10

O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, teve a filiação suspensa pelo Partido Renovação Democrática (PRD), 11 dias após ser preso em uma operação que apura a atuação de uma milícia na Bahia. O comunicado foi feito pelo partido nesta terça-feira (14).

Foto Deputado Binho Galinha é suspenso do PRD após prisão por suspeita de milícia
Foto: Divulgação/Ascom Alba

De acordo com o PRD, a suspensão será mantida até a conclusão do processo judicial que envolve o parlamentar, que está custodiado em uma Sala de Estado Maior, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. O gabinete do deputado deve ser formalmente notificado nesta quarta-feira (15), quando ele passará a figurar como “sem partido”.

Binho Galinha foi preso em 3 de outubro, após ser considerado “foragido” por dois dias. A detenção ocorreu durante a Operação Anômico, da Polícia Federal, que também prendeu a esposa e o filho do parlamentar, além de outras sete pessoas. A investigação aponta que o grupo seria responsável por lavagem de dinheiro e comércio ilegal de peças de veículos há mais de uma década.

De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), o foro privilegiado não se aplica aos crimes cometidos antes do mandato ou sem relação com a função parlamentar, motivo pelo qual o caso segue tramitando na primeira instância. Em nota divulgada, a defesa afirma que a prisão é “nula” e que o deputado tem colaborado com as autoridades, negando qualquer envolvimento com atividades criminosas.

As investigações tiveram início em 2023, com a Operação El Patrón, que bloqueou R$ 200 milhões e apreendeu milhares de peças de carros em empresas ligadas ao deputado, em Feira de Santana, no interior do estado. De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), as empresas movimentaram mais de R$ 40 milhões sem comprovação fiscal.

A PF afirma que, mesmo após medidas cautelares, Binho Galinha manteve o comando do grupo por meio de empresas de fachada e “laranjas”. O caso segue sob investigação, e os réus podem enfrentar penas que somam mais de 50 anos de prisão, caso sejam condenados.