O relator do Projeto de Lei da Anistia, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), intensificou nesta semana as articulações no Congresso Nacional para tentar consolidar um texto que tenha apoio da maioria na Câmara dos Deputados e condições de tramitar no Senado.

Paulinho tem se reunido com bancadas de diferentes espectros ideológicos, da direita à esquerda. Na próxima terça-feira (30), ele encontrará representantes do PSD e do PCdoB. A expectativa inicial do parlamentar era apresentar seu relatório na segunda-feira (29), de modo a viabilizar a votação já na quarta-feira (1º).

Apesar do esforço, ainda não há data definida para que o projeto entre na pauta do plenário da Câmara. A decisão cabe ao presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que até o momento garantiu apenas a análise, na próxima semana, da proposta que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil.

Nos bastidores, uma declaração de Paulinho teria gerado mal-estar. Em entrevista coletiva concedida na quarta-feira (24), o relator afirmou que a votação do PL da Anistia poderia travar a apreciação da reforma da renda. Na mesma noite, ele participaria de uma reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e Hugo Motta, mas o encontro acabou não acontecendo.

Diante das resistências, Paulinho tenta construir um entendimento entre as presidências da Câmara e do Senado para evitar que o projeto tenha o mesmo destino da chamada PEC da Blindagem, rejeitada na Casa Alta.

“Há uma preocupação das bancadas, que percebi ao ouvi-las hoje. A preocupação é votar na Câmara e o Senado segurar. Como estou trabalhando para pacificar o país, não poderia permitir que essa confusão entre as duas Casas se repita”, afirmou o deputado.