O artista plástico e articulista César Romero, um dos nomes mais representativos das artes visuais da Bahia e do Brasil, faleceu na noite de terça-feira (7), aos 75 anos, em Salvador. De acordo com amigos, ele passou mal em casa e não resistiu antes de receber socorro.

Romero morava sozinho e foi atendido por uma funcionária que o acompanhava há muitos anos. A informação da morte foi confirmada por pessoas próximas, entre elas o artista José Dirson Argolo, que esteve com ele recentemente.

“Ele faleceu por volta das 21h. Estava um pouco fragilizado nos últimos tempos, mas nada que fizesse imaginar um desfecho tão repentino”, contou Argolo.

Natural de Feira de Santana, César Romero de Oliveira Cordeiro nasceu em 1950 e iniciou sua carreira artística em 1967, participando de salões e mostras no Brasil e no exterior. Seu talento o levou a representar a Bahia em importantes exposições, como Primitive Paintings from Bahia, em Washington (1973), e em coletivas realizadas em Hannover, Colônia, Berlim, Barcelona, Madri, Bilbao e Lisboa nas décadas seguintes.

Reconhecido pelo uso vibrante das cores e pela celebração da cultura popular nordestina, Romero abordava em suas obras temas como as festas, a religiosidade afro-brasileira, o sertão e o cotidiano baiano. Além da pintura, atuava com gravura, fotografia e desenho, sempre com uma estética que unia o popular ao erudito.

Crítico de arte, curador e articulista, César Romero também escreveu sobre estética e produziu reflexões sobre o papel da arte na sociedade. Sua trajetória, que ultrapassou cinco décadas, é marcada por premiações e homenagens, entre elas a Medalha Thomé de Souza e o título de Cidadão de Salvador, concedido em reconhecimento à sua contribuição para a cultura brasileira.

Com uma obra marcada por expressividade, cor e poesia, César Romero deixa um legado inestimável para as artes visuais do país.