O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) protagonizou uma nova polêmica na manhã desta quarta-feira (19), após ser flagrado em uma briga com troca de agressões físicas no centro de Curitiba. O confronto ocorreu na rua Vicente Machado.

Nas imagens, Freitas e o homem aparecem com o rosto sangrando enquanto trocam socos, chutes e xingamentos. Algumas pessoas tentam intervir, mas só conseguem separar os dois após intensa confusão. Em outro registro, o deputado reage a uma provocação: “Você não é o famosinho?”, antes de iniciar a sequência de agressões.

A assessoria do parlamentar e a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) foram procuradas, mas não responderam. A Polícia Civil também foi acionada para informar se houve registro de boletim de ocorrência.

🚨 O deputado estadual Renato Freitas (PT) foi flagrado em vídeo em uma briga com um homem no Centro de Curitiba, na manhã desta quarta-feira (19) pic.twitter.com/wbFGYSG8PN

— @curitibamilgraus (@marlonramos2707) November 19, 2025

Pressão por cassação se intensifica

O episódio reacendeu críticas ao comportamento do deputado e motivou um novo pedido de cassação. O vereador curitibano Guilherme Kilter (Novo) protocolou uma representação na Alep alegando que Freitas teria provocado o confronto e aplicado golpes no assessor parlamentar, incluindo um “mata-leão”. Segundo ele, a conduta extrapola os limites aceitáveis para um agente público e fere o Código de Ética e Decoro Parlamentar, em vigor desde setembro.

O documento pontua que agressões físicas podem resultar em punições que vão desde advertência até a perda do mandato, independentemente de o fato ocorrer dentro ou fora das dependências da Assembleia.

O deputado estadual Ricardo Arruda (PL) também criticou duramente o episódio, classificando-o como “mais uma cena lamentável”. Para ele, o comportamento de Freitas “envergonha o Paraná” e configura quebra de decoro. “Esse cidadão não tem condições de representar o Poder Legislativo. Vamos tomar as medidas necessárias”, afirmou.

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Histórico de controvérsias

A trajetória política de Renato Freitas é marcada por conflitos. Entre 2021 e 2022, quando era vereador de Curitiba, ele acumulou embates com colegas e com a polícia. Seu mandato chegou a ser cassado por invasão a uma igreja no centro histórico, decisão depois revertida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que permitiu sua candidatura a deputado estadual em 2022, eleição em que recebeu 57.880 votos.

O que prevê o Código de Ética da Alep

O novo Código de Ética estabelece punições progressivas para condutas consideradas incompatíveis com a função parlamentar. Entre elas:

• Advertências verbal e escrita para tumultos, ofensas e condutas inadequadas;
• Suspensão de prerrogativas por até 180 dias para infrações graves;
• Suspensão do mandato, sem salário, por uso irregular do cargo ou verbas públicas;
• Perda do mandato em casos de agressão física, assédio, vantagens indevidas ou reincidência em faltas graves.

O caso envolvendo Renato Freitas deve ser analisado pela Comissão de Ética nos próximos dias, podendo abrir mais um capítulo na já extensa lista de controvérsias do parlamentar.