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Streaming ultrapassa TV por assinatura e já está em 43% dos lares

Número de residências com TV paga é o menor desde 2016, diz IBGE

Por: Layra Mercês

25/07/202518:32Atualizado

O consumo de conteúdo televisivo no Brasil passa por uma transformação significativa. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgados nesta quinta-feira (24) pelo IBGE, o número de residências com serviços de TV por assinatura continua em queda, enquanto os serviços de streaming seguem em alta.

Pessoa usando o celular
Foto: Credito: Bruno Peres/Agência Brasil

Atualmente, 43,4% dos 75,2 milhões de lares com TV no país contam com algum serviço de streaming, o equivalente a 32,7 milhões de domicílios. Em contrapartida, apenas 24,3% dos lares possuem TV por assinatura — uma queda em relação a 2016, quando esse percentual era de 33,9%. O total de domicílios com o serviço passou de 22,2 milhões para 18,3 milhões em oito anos.

A pesquisa também aponta uma mudança no perfil dos motivos para o cancelamento da TV paga. Se em 2016 a principal justificativa era o preço elevado, atualmente o desinteresse pelo serviço lidera. O percentual de pessoas que alegam não ter interesse subiu de 39,1% para 58,4%, enquanto as reclamações sobre custo caíram de 56,1% para 31%.

Por outro lado, os serviços de streaming seguem em crescimento. O número de residências com essa modalidade passou de 31 milhões em 2022 para 32,7 milhões em 2024, alcançando 95,1 milhões de pessoas. Apesar da expansão, a maioria dos lares com streaming ainda mantém a TV aberta: 86,9% recebem sinal convencional, embora esse índice tenha diminuído em relação aos 93% de dois anos atrás.

Já o número de residências que utilizam exclusivamente streaming, sem acesso à TV aberta ou paga, dobrou em dois anos: de 4,7% em 2022 para 8,2% em 2024.

O estudo também relaciona a presença de streaming com a renda familiar. Domicílios com acesso a esse tipo de serviço têm renda per capita média de R$ 2.950, contra R$ 1.390 nos lares que não contam com a modalidade. Há ainda diferenças regionais: enquanto Sul, Sudeste e Centro-Oeste superam os 48% de penetração de streaming, o Nordeste e o Norte apresentam índices de 30,1% e 38,8%, respectivamente.

Outro dado relevante mostra que a presença de aparelhos de TV está em leve declínio proporcional. Em 2016, 97,2% dos lares possuíam televisão; em 2024, o índice caiu para 93,9%. Ainda assim, em números absolutos, houve crescimento — de 65,5 milhões para 75,2 milhões de residências com TV no período.

A maioria desses domicílios ainda recebe sinal de TV aberta (analógico ou digital), enquanto 21,3% contam com antena parabólica. Apenas 1,5% dependem exclusivamente das parabólicas.