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Econosfera

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Federal Reserve deve manter juros mesmo sob pressão

Powell deve ignorar apelos políticos e focar nos dados econômicos

Por: Victor Hugo Ribeiro

01/08/202518:00

A aguardada "Superquarta" chega em 30 de julho, com o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central brasileiro anunciando suas decisões sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil, respectivamente. Analistas do mercado financeiro, como os ouvidos pelo BP Money, preveem que o presidente do Fed, Jerome Powell, manterá as taxas norte-americanas no patamar atual, entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Banco Central Norte-Americano (FED)
Foto: Divulgação/Banco Central Norte-Americano(FED)

Essa provável manutenção ocorre em um contexto de pressão por parte do presidente dos EUA, Donald Trump, que defende uma redução das taxas. No entanto, especialistas acreditam que Powell reiterará seu compromisso de basear as decisões de política monetária exclusivamente em fatores econômicos e dados recentes, sem sucumbir a interferências políticas.

"Ele [Powell] vai reafirmar que continuará tomando as decisões de política monetária com base em fatores econômicos e novos dados, sem sofrer interferência do atual presidente", comentou Bruno Cotrim, economista de uma renomada casa de análise.

A expectativa é que a autoridade monetária dos EUA mantenha o discurso de que só agirá com base em indicadores da economia americana. Atualmente, o painel da Bolsa de Chicago já sinaliza o primeiro corte de juros para setembro. O Fed continuará monitorando de perto dados como geração de emprego, níveis de renda e a ancoragem das expectativas de inflação, além de outras informações que possam justificar uma futura flexibilização monetária.

Impacto da Decisão do Fed no Brasil

Para o mercado brasileiro, uma postura menos agressiva do Fed é vista com otimismo. Essa estabilidade pode resultar em uma pressão menor sobre o dólar, estimular a entrada de capital estrangeiro e aumentar o apetite por risco em economias emergentes como a do Brasil. "Isso tende a beneficiar tanto a Bolsa quanto a renda fixa local", avaliou Mariana Pulegio, assessora de investimentos e planejadora financeira.

Caso os juros sejam mantidos nos EUA, empresas brasileiras focadas no consumo interno, como os setores de varejo e construção, podem ganhar um novo impulso. Além disso, o setor financeiro também tende a se beneficiar de um cenário de estabilidade tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

Apesar do cenário positivo, especialistas, como Paulo Cunha, CEO de uma casa de investimentos, destacam que, no contexto brasileiro, ainda há uma preocupação com o possível impacto inflacionário de tarifas e uma eventual fuga de capital. Contudo, ele ressalta que essa fuga, até o momento, não tem se concretizado.