Logo
MENU

Econosfera

BUSCAR

Mudança no IOF aumenta custo para viajantes

Alíquota padronizada impacta câmbio e transações internacionais

Por: Iago Bacelar

18/07/202510:00

A partir de quinta-feira (17 de julho de 2025), quem pretende viajar para o exterior, fazer compras internacionais ou enviar remessas financeiras para fora do país deverá pagar mais imposto. A decisão foi validada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e padroniza a alíquota do IOF em 3,5% em todas as operações de câmbio, sejam elas realizadas com papel-moeda, cartões de crédito ou débito, ou remessas bancárias.

Mudança no IOF aumenta custo para viajantes
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A compra de moeda estrangeira em espécie, como dólar ou euro, foi a que sofreu o maior impacto direto. A alíquota anterior de 1,1% saltou para 3,5%. A mesma taxa passa a valer para remessas internacionais, como transferências de dinheiro entre contas bancárias no Brasil e no exterior.

Também houve mudança nas transações feitas com cartões internacionais, tanto pré-pagos quanto de crédito e débito. Nestes casos, a alíquota subiu de 3,38% para 3,5%. Com isso, o governo federal unificou a cobrança do IOF, tornando-a igual para todos os tipos de operações cambiais.

Especialistas explicam impacto da medida para quem viaja

De acordo com João Nascimento, sócio da área bancária e de fintech do CSMV Advogados, a padronização facilita o entendimento da cobrança, mas não reduz os custos para quem viaja. Ele lembra que o Pix internacional, apesar de inovador, também sofre incidência do imposto.

"Embora o Pix facilite a experiência do usuário e reduza custos operacionais, ele não elimina a incidência tributária nem altera o regime jurídico das transferências internacionais", explicou o advogado.

Esse ponto é importante para quem se anima com a nova funcionalidade do Pix fora do Brasil, que vem sendo promovida por fintechs que intermediam pagamentos internacionais por meio da ferramenta. Nessas operações, o cliente paga em reais via Pix, e a instituição faz a conversão cambial e a remessa ao exterior, mas sempre dentro das regras formais de câmbio.

Pix internacional tem menor spread, dizem fintechs

Segundo Alex Hoffmann, presidente e cofundador da PagBrasil, empresa especializada em pagamentos digitais, o Pix internacional ainda é mais vantajoso financeiramente do que o uso de cartões internacionais.

"O Pix internacional possui um spread (margem na conversão de moeda) menor do que a média dos outros canais. O uso do cartão de crédito no exterior e a compra de dinheiro em espécie possuem um spread médio de 5% a 7%, enquanto para o Pix internacional a média está entre 2% e 3%", disse Hoffmann.

Ele acrescenta que o câmbio é garantido no momento da compra e que o valor total em reais aparece no aplicativo bancário antes da confirmação da transação. Já no cartão de crédito internacional, o valor final só é conhecido no fechamento da fatura, o que pode gerar surpresas desagradáveis com a variação cambial.

Cartões ainda são recomendados por algumas empresas

Apesar do novo cenário, empresas emissoras de cartões de débito e crédito para uso internacional reforçam que os cartões ainda são a melhor opção em custo-benefício, principalmente o cartão de débito, por ser mais previsível e seguro. Afirmam, no entanto, que o aumento da alíquota de IOF deverá refletir em custos adicionais para os consumidores.

Com o aumento da tributação, o planejamento de viagens internacionais e compras no exterior precisa considerar mais esse fator, especialmente para quem busca economizar ou evitar surpresas com o câmbio.

Resumo das mudanças

  • IOF padronizado em 3,5% para todas as transações de câmbio

  • Compra de papel-moeda (dólar, euro, etc.): de 1,1% para 3,5%

  • Cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais: de 3,38% para 3,5%

  • Remessas e investimentos no exterior: agora também com 3,5%

  • Pix internacional segue com incidência de IOF, mas tem spread menor

  • Cartões de débito são vistos como opção de melhor custo-benefício por emissores

Essas mudanças entram em vigor nesta quinta-feira (17 de julho de 2025) e afetam diretamente o bolso de quem realiza operações financeiras fora do país, seja para turismo, compras, negócios ou investimentos.