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Multimercados superam CDI após dois anos

Fundos mostram reação no 1º semestre de 2025

Por: Ana Beatriz Fernandez Martinez

17/07/202521:00

Depois de dois anos abaixo do CDI, os fundos multimercados brasileiros voltaram a apresentar desempenho superior ao principal benchmark de renda fixa no primeiro semestre de 2025. A análise é da Nord Investimentos, com base em dados da plataforma Economatica.

CDI
Foto: Reprodução/ IA

O Índice de Hedge Funds da Anbima (IHFA) registrou alta de 8,39% nos primeiros seis meses do ano, contra 6,42% do CDI. Apesar do bom resultado, o analista Christopher Galvão, da Nord Research, destaca que o índice inclui não apenas multimercados macro, mas também long buyers, fundos mais expostos a ações.

Ao considerar apenas os principais fundos multimercados macro – monitorados por um índice proprietário da Nord que acompanha mais de 50 carteiras –, o desempenho foi de 6,40%, praticamente empatando com o CDI.

Para Galvão, o resultado representa uma recuperação relevante após dois anos difíceis. Ele aponta o cenário econômico global, especialmente nos EUA, como um desafio para os gestores.

“Não é comum vermos juros nominais de 4,5% nos EUA sem desaceleração econômica. Isso torna as leituras de mercado mais complexas”, afirma.

Apesar disso, o analista segue confiante na classe de ativos, destacando a importância dos multimercados para diversificação por ativos e geografias na carteira do investidor.

Os fundos de ações long only também se saíram bem em 2025. Segundo o índice da Nord, essa categoria acumulou valorização de 22,07% no primeiro semestre, superando com folga o Ibovespa, que avançou 15,44% no período.

Galvão ressalta que muitos desses fundos superaram o índice graças a posições em ações antes ignoradas pelo mercado, além de carteiras mais diversificadas.

Mas faz um alerta:

“A escolha de fundos não deve se basear apenas na rentabilidade do ano, mas na consistência ao longo do tempo.”

O analista conclui com uma leitura otimista para o mercado de ações no Brasil:

“O mercado está tecnicamente leve, com baixa alocação. Se houver melhora estrutural, especialmente na área fiscal, há espaço para entrada de investidores estrangeiros e institucionais locais.”