Bahia reduz desemprego, mas mantém segunda maior taxa do país
Estado fechou segundo trimestre de 2025 com 9,1% de desocupação; queda foi impulsionada pela informalidade e salários seguem pressionados
Por: Lorena Bomfim
17/08/2025 • 08:00 • Atualizado
A Bahia registrou queda na taxa de desemprego no segundo trimestre de 2025, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre abril e junho, o índice caiu para 9,1%, contra 10,9% registrados no primeiro trimestre. O resultado indica uma recuperação gradual da economia e maior oferta de vagas no estado.
“A taxa de desocupação caiu de forma significativa no segundo trimestre, com número recorde de trabalhadores e a maioria das atividades econômicas apresentando saldos positivos de pessoas ocupadas”, afirmou Mariana Viveiros, supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia.
História de retomada
Após quase um ano desempregada, Maria Clara Dias, 39 anos, voltou ao mercado de trabalho em abril. Atuando na área de administração financeira, ela relata as dificuldades enfrentadas.
“O mercado em Salvador, especialmente no setor administrativo e financeiro, é limitado em número de vagas e remuneração. Cheguei a procurar oportunidades em outros estados. Após muita dedicação e persistência, consegui me recolocar, superando a alta competitividade”, contou.
Desafios persistem
Apesar da queda, a Bahia mantém a segunda maior taxa de desemprego do país, atrás apenas de Pernambuco (10,4%). O Distrito Federal aparece em terceiro, com 8,7%. O estado também registra alta taxa de subutilização da força de trabalho: 27% da população economicamente ativa não consegue empregos adequados em carga horária ou remuneração.
Segundo Mariana Viveiros, o avanço foi impulsionado principalmente pela informalidade, o que afeta diretamente os salários.
“A redução do desemprego teve impulso importante da informalidade, que continua crescendo e puxa o rendimento médio para baixo. Foi exatamente o que ocorreu no segundo trimestre”, explicou.
Menores taxas do Brasil
Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%) registraram os menores índices do país. No total, 12 das 27 unidades da federação alcançaram, no segundo trimestre, a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica, em 2012. Entre elas estão:
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Amapá: 6,9%
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Rio Grande do Norte: 7,5%
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Paraíba: 7%
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Alagoas: 7,5%
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Sergipe: 8,1%
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Bahia: 9,1%
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Minas Gerais: 4%
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Espírito Santo: 3,1%
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São Paulo: 5,1%
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Santa Catarina: 2,2%
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Rio Grande do Sul: 4,3%
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Mato Grosso do Sul: 2,9%
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