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Setor madeireiro tem aumento de demissões e férias coletivas após tarifaço

Mercado não foi incluído na lista de exceções as novas tarifas

Por: Gabriel Pina

19/08/202517:01Atualizado

O tarifaço do governo dos Estados Unidos contra as importações brasileiras já começou a impactar diretamente os trabalhadores do mercado madeireiro no país. Segundo o superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Paulo Roberto Pupo, o número de demissões e férias coletivas tem aumentado entre as empresas do setor.

troncos de madeira cortados
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo Pupo, as ações do mercado começaram a entrar em vigor para ajustar custos e força de trabalho logo após o anúncio da medida de Trump

"Desde esse primeiro momento, a indústria começou a ajustar questões de mão de obra e custos internos. Nesse sentido, a estratégia de férias coletivas já havia sido adotada por muitas empresas que dependem do mercado norte-americano", afirmou o superintendente.

Esse é o caso da Millpar, segunda maior empresa do setor no Brasil e terceira na América Latina, que teve parte de seu pessoal na unidade em Guarapuava (PR) em férias coletivas por 15 dias. Um dia antes da entrada em vigor da tarifa de 50%, a empresa anunciou a paralisação total da produção, colocando mais de 65% de seus funcionários, 720 de 1,1 mil, em licença por tempo indeterminado. 

Ao todo, o setor madeireiro exportou US$ 1,6 bilhão para os Estados Unidos em 2024, sendo o país norte-americano o destino de aproximadamente metade de toda a produção nacional. A aplicação das tarifas coloca em risco cerca de 180 mil empregos diretos em todo o país, segundo a Abimci, que já em julho alertava para o "início de um colapso" no setor.