Maior compradora de carne bovina do Brasil, a China está considerando implementar regras ambientais semelhantes às da União Europeia (UE) para importações do setor. A informação foi feita pelo diretor de Sustentabilidade da Marfrig, empresa global do setor alimentício, Paulo Pianez, durante a São Paulo Climate Week.  

Segundo Pianez, uma recente comitiva do governo chinês visitou a empresa e demonstrou interesse em estabelecer critérios mais rígidos contra o desmatamento associado à produção de carne. 

"O mercado lá fora cada vez mais implementa um nível alto de exigência ambiental. Quando há uma realidade de mercado desse tipo, é muito pouco provável que seja desfeita. A gente precisa ter um viés de adaptação", destacou o diretor.

A UE já implementou uma legislação que proíbe a entrada de produtos como carne, couro, soja e café provenientes de áreas desmatadas após dezembro de 2020. Caso a China adote medidas parecidas, o impacto sobre as exportações brasileiras poderá ser significativo, exigindo ainda mais esforços do agronegócio para comprovar a origem sustentável de seus produtos.