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Exame no Brasil detecta Alzheimer com mais de 90% de exatidão

Procedimento é capaz de diminuir valor do diagnóstico em até 10 vezes

Por: Redação

17/10/202516:45Atualizado

A saúde pública conta com uma grande novidade atualmente. Um exame de sangue, realizado pela empresa norte-americana Quanterix e testado em brasileiros, demonstrou ampla eficácia no sentido de evidenciar claramente as reais mudanças cerebrais voltadas ao ao Alzheimer, com um valor superior a 90% de precisão.

Alzheimer
Foto: Arquivo/Agência Brasil

Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 55 milhões de pessoas conviverão com demência, especialmente com Alzheimer, que nos dias atuais atinge sete entre dez pessoas em âmbito mundial.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) lideraram o estudo em parceria com o Instituto Serrapilheira. Os resultados ajudam na constatação da doença, que os especialistas classificam como “diagnóstico assistido por biomarcadores”, que acontece quando os exames laboratoriais são utilizados como parte crucial na avaliação médica.

Nas análises, o estudo observou um total de 59 pacientes no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. As experiências mostraram claramente que a proteína p-tau217, medida no plasma, mostraram de forma pontuada a diferença de pessoas com Alzheimer e sem com precisão entre 94% e 96%. 

Atualmente, a detecção precisa do Alzheimer é realizada especialmente através de sintomas, histórico familiar, além de testes cognitivos.

No geral, os profissionais de saúde pedem aos pacientes exames específicos, que buscam as proteínas ligadas à enfermidade, a exemplo da beta-amiloide e a tau, que costumam apresentar valor alto. 

Outra forma de diagnóstico é através do PET-CT cerebral, que pode custar R$ 10 mil. Até o presente momento, o procedimento não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Já o exame de sangue utiliza somente uma única amostra simples de plasma e alguns materiais ultra-sensíveis, facilmente favoráveis na função de mostrar as quantidades mínimas da proteína tau. O valor para o procedimento é dez vezes menor do que o dos exames de imagem.



Próximos passos



Os especialistas da UFRGS, trabalham agora na perspectiva de verificar a tecnologia em grande escala no Brasil. De acordo com os responsáveis pelo estudo, um total de 3 mil voluntários em cerca de dez municípios que compõem o Rio Grande do Sul, estarão voltados a expansão e análise do estudo que tem previsão de 24 meses. Somente depois de uma pesquisa minuciosa, que a iniciativa será finalmente encaminhada para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
 

Importância da mentalidade preventiva à doença

 

Conforme iformações do estudo comandado por Zimmer e difundido na revista The Lancet Global Health, no Brasil, o não contato com o conhecimento formal é, atualmente, a principal causa para risco. Especialistas ressaltam a relevância de estimular o cérebro. Para eles, quanto mais a pessoa ativar o cérebro, mais forte ele fica em relação às doenças neurodegenerativas.

A pesquisa, também chama atenção para o sedentarismo, além de situações de depressão, isolamento social, pois contribuem decisivamente para o  envelhecimento cerebral.