Cães podem sofrer de luto? Especialistas afirmam que sim
Doguinhos possuem consciência do sentimento de perda
Por: Gabriel Pina
21/08/2025 • 07:00
Apesar de não haver uma comprovação científica definitiva sobre a complexidade emocional dos animais em momentos de perda, evidências comportamentais sugerem que o luto canino é real. Embora não compreendam a morte de maneira conceitual como os humanos, os cães possuem uma consciência instintiva da ausência, e o sentimento de perda pode ser profundo e angustiante para eles.
Segundo a veterinária Bárbara Lopes, essa sensibilidade está profundamente ligada aos seus hábitos e vínculos.
“Os cães são extremamente sensíveis e apegados à sua rotina, à convivência com outros animais e, principalmente, ao vínculo com seus tutores”, afirma a profissional.
A profissional ressalta que cada animal reage de forma única à perda. Enquanto alguns se tornam visivelmente quietos e introspectivos, outros podem demonstrar ansiedade, desorientação ou até mesmo comportamentos mais ativos, como vocalizações incomuns e atitudes destrutivas.
Sinais como perda de apetite, apatia, choros constantes e uma busca incessante pelo companheiro que se foi são fortes indicativos de que o cão está vivenciando um processo de luto.
É importante notar que o sofrimento não é desencadeado apenas por perdas definitivas. Separações temporárias, como uma viagem prolongada do tutor ou a mudança para um trabalho presencial após longos períodos em home office, podem gerar reações muito similares.
Para o médico-veterinário Thiago Borba, isso ocorre porque a percepção de tempo dos cães difere da nossa.
“Eles não entendem que será por um período temporário e sempre encaram (a despedida) como se fosse a última vez que verão o tutor”, destacou Borba.
Para auxiliar um cão a superar esse período difícil, especialistas recomendam uma abordagem focada em estabilidade e estímulos positivos. Manter a rotina de alimentação, passeios e descanso é fundamental para transmitir segurança.
Além disso, evitar deixar o doguinho sozinho por longos períodos é crucial, uma vez que a companhia de outra pessoa ou de outro animal de estimação, introduzida de forma gradual e cuidadosa, pode ser muito benéfica.
Por fim, os profissionais alertam que é vital monitorar os sinais e sintomas como tristeza profunda, recusa de alimento ou comportamentos compulsivos persistirem, é essencial buscar a orientação de um médico-veterinário para garantir o bem-estar do companheiro.