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Polícias pedem mais recursos e mudanças legais para combater o crime organizado

Em audiência pública na Câmara, eles defenderam mais investimentos no setor

Por: Agência Câmara

05/11/202507:00

Representantes das polícias Civil e Militar defenderam mais recursos e mudanças nas leis penais e processuais para aprimorar o combate ao crime organizado. O tema foi debatido em audiência pública na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da integração dos órgãos de segurança pública (PEC 18/25).

Foto Polícias pedem mais recursos e mudanças legais para combater o crime organizado
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil, Márcio Gutiérrez, afirmou que a integração das forças é essencial em um país de dimensões continentais como o Brasil, mas destacou que a falta de investimentos ainda é o principal obstáculo. Segundo ele, o orçamento federal destinado à segurança pública é muito inferior ao aplicado em saúde e educação.

Fonte de financiamento

O presidente do Conselho Nacional dos Comandantes-Gerais das Polícias Militares, Renato dos Anjos Garnes, defendeu a criação de novas fontes de financiamento, como a taxação de sites de apostas eletrônicas (bets), para reforçar o orçamento da área.

O deputado Jorge Solla (PT-BA) apoiou a proposta e disse que a taxação das bets pode garantir recursos permanentes para o setor.

Burocracia

Os representantes das polícias também defenderam mudanças na legislação penal e processual, consideradas burocráticas e lentas. Gutiérrez sugeriu que a autorização judicial para investigações ocorra após a operação, e não antes, a fim de dar mais agilidade ao combate ao crime organizado.

O presidente da comissão especial, Aluisio Mendes (Republicanos-MA), concordou com a proposta e disse que, caso haja abuso de autoridade, deve haver punições severas, incluindo demissão.

O coronel Renato Garnes defendeu ainda o enrijecimento das leis penais, com o fim das audiências de custódia e a revisão das regras de progressão de pena.

O relator da proposta, deputado Mendonça Filho (União-PE), adiantou que pretende incluir no texto o fim da progressão de pena para crimes graves. Para ele, pessoas ligadas a facções criminosas devem cumprir integralmente suas penas.