Nesta sexta-feira (24), o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, usou a rede social X (antigo twitter) para se justificar após repercussão negativa de uma fala sobre combate às drogas e ao crime organizado, durante passagem pela Indonésia, ontem (23).  

“Fiz uma frase mal colocada nesta quinta e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado”, disse Lula em postagem no X. 

O presidente aproveitou para reiterar as ações do governo sobre esse assunto e incluiu o que ele chamou de “maior operação da história contra o crime organizado, o encaminhamento ao Congresso da PEC da Segurança Pública e os recordes na apreensão de drogas no país”, continua Lula. 

O petista disse ainda que o governo continuará firme “no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado”. 

A declaração 

Durante a passagem pela Indonésia, o presidente brasileiro falou com jornalistas sobre os ataques dos Estados Unidos contra embarcações com supostos narcotraficantes no Caribe, localizado na Costa da América do Sul.

Na entrevista, o presidente se posicionou contra a polarização mundial e disse que as medidas contra o tráfico de drogas se interligam com medidas voltadas aos usuários que, durante a declaração, classificou como “responsáveis pelos traficantes”. 

“Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também. Você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra. Então é preciso que a gente tenha mais cuidado no combate à droga”, disse Lula na Indonésia.

A repercussão 

A afirmativa do presidente rapidamente virou assunto para a oposição do governo, que criticou a declaração de Lula. 

Políticos da direita se manifestaram nas redes sociais durante as últimas 48 horas. Nikolas Ferreira (PL), deputado federal de Minas Gerais, disse que “no ritmo que vai, daqui a pouco o PCC vira ONG”.

Deltan Dallagnol (Novo), deputado federal do Paraná, afirmou que “enquanto a população defende tolerância zero com o crime, Lula prefere passar pano para quem destrói famílias. Essa é a cultura da bandidolatria: transformar criminosos em coitados e vilanizar quem os enfrenta”.