Logo

CPMI do INSS rejeita convocação de Lulinha após votação complicada

Pedido do Novo apontava indícios financeiros e possível ligação indireta com operadores do esquema

Por: Redação

04/12/202513:30Atualizado

A CPMI do INSS barrou nesta quinta-feira (4), a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, para depor no colegiado. A proposta, apresentada pelo partido Novo, recebeu 12 votos favoráveis e 19 contrários, encerrando a tentativa de ouvir o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na investigação.

Foto CPMI do INSS rejeita convocação de Lulinha após votação complicada
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

Um novo requerimento apresentado pela legenda argumentava que havia indícios financeiros que mereciam esclarecimento. O documento citava a movimentação envolvendo o dirigente petista Ricardo Bimbo, que teria recebido mais de R$ 8,4 milhões de uma empresa apontada como parte do esquema de fraudes no INSS. Além disso, no mesmo período, ele teria quitado um boleto relacionado ao contador de Lulinha, investigado na Operação Fim da Linha por suspeita de lavagem de dinheiro.

Em defesa da convocação, os deputados Marcel van Hattem, Eduardo Girão, Adriana Ventura e Luiz Lima afirmaram que a CPMI precisa avançar sobre todas as conexões políticas e contábeis do caso, sem espaço para blindagens, e ressaltaram que ouvir Lulinha seria relevante para esclarecer se sua estrutura financeira foi usada de forma direta ou indireta no esquema.

Depoimentos e andamento da investigação

Um novo depoimento marcou a sessão desta quinta, com a oitiva de Américo Monte Júnior, presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), entidade envolvida nas suspeitas de descontos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas.

O escândalo ganhou força após apurações da PF e análises da CGU, que revelaram falsificações e irregularidades em série no início do ano. A CPMI segue com prazo inicial de funcionamento até março de 2026, com possibilidade de prorrogação, enquanto amplia o foco sobre as práticas que alimentaram a fraude nos descontos associativos.