Bolsonaro pede a Moraes para ficar em prisão domiciliar
A defesa disse ainda que vai recorrer da decisão, mas pede urgência para a medida
Por: Redação
21/11/2025 • 15:29
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a substituição do regime inicial fechado, que foi determinado após condenação por tentativa de golpe, para prisão domiciliar humanitária.
A condenação no caso do golpe ainda está na fase de recursos, ou seja, ainda não foi concluída. A fase de recursos deve acabar nos próximos dias, e o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, já poderia ordenar a prisão de Bolsonaro na cadeia.
O pedido da defesa do ex-presidente foi protocolado nesta sexta-feira (21), sob a justificativa de que Bolsonaro tem “quadro clínico grave”, sofre de “múltiplas comorbidades” e que a possível transferência para uma unidade criminal poderia representar um “risco concreto à vida”.
A defesa disse ainda que vai recorrer da decisão, mas pede urgência para a medida.
O pedido
A defesa citou como justificativa motivações de saúde no pedido e disse que Bolsonaro:
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É portador de hipertensão, apneia do sono e doença aterosclerótica;
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Tem histórico de pneumonias aspirativas;
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Enfrenta complicações decorrentes do atentado de 2018, incluindo sequelas abdominais e “soluços incoercíveis”;
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Foi diagnosticado em 2025 com câncer de pele;
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Já precisou ir ao hospital três vezes desde o início da prisão domiciliar.
Os advogados anexaram documentos para embasar o pedido sob a alegação de que Bolsonaro pode precisar de atendimento emergencial a qualquer momento.
Papuda
A defesa do ex-presidente citou o relatório da Defensoria Pública do DF, que foi divulgado neste mês, para fundamentar a ideia de que a unidade prisional não teria condições de atender um preso com comorbidades graves.
O relatório da Defensoria aponta precariedade no setor da Penitenciária da Papuda destinado aos idosos.
Caso Collor
No pedido, a defesa recupera o caso do ex-senador Fernando Collor, que teve prisão domiciliar humanitária concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, em maio, após condenação definitiva.
A defesa quis relembrar situações semelhantes para sustentar que o STF tem flexibilidade com regimes iniciais quando se trata de doenças graves.
O que Bolsonaro quer
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Prisão domiciliar humanitária em substituição ao regime fechado;
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Uso de monitoramento eletrônico;
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Autorização para deslocamentos exclusivos para tratamentos médicos, por meio de pedidos prévios ou em 48h sob justificativa em casos de urgência.
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