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Banco Central confirma reuniões entre Galípolo e Moraes após questionamentos

Autarquia diz que encontros trataram apenas dos efeitos da Lei Magnitsky

Por: Redação

23/12/202512:58Atualizado

O Banco Central confirmou, nesta terça-feira (23), que o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, se reuniu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para tratar dos impactos da Lei Magnitsky. A manifestação ocorreu após Moraes divulgar nota rebatendo reportagem que levantou suspeitas sobre os encontros.

Foto Banco Central confirma reuniões entre Galípolo e Moraes após questionamentos
Foto: Antônio Augusto/Secom TSE

Em comunicado publicado no site oficial, o BC afirmou que as reuniões tiveram como objetivo discutir os efeitos da aplicação da legislação norte-americana, que havia atingido o ministro e familiares em julho e foi revogada neste mês.

A nota do STF foi uma resposta a texto da colunista Malu Gaspar, de O Globo, que apontou ao menos quatro contatos entre Moraes e Galípolo, supostamente para tratar de interesses do Banco Master. A reportagem destacou possível conflito de interesses envolvendo contrato do banco com escritório de advocacia ligado à esposa do ministro.

Moraes negou qualquer interferência e afirmou que manteve encontros semelhantes com dirigentes de outras instituições financeiras e entidades do setor, sempre com foco exclusivo nas consequências da Lei Magnitsky para a manutenção de serviços bancários.

Após a publicação da reportagem, parlamentares passaram a articular a abertura de uma CPI para investigar o caso. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) anunciou a coleta de assinaturas para a comissão.

Leia a nota de Moraes na íntegra:

“O ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnitsky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil e o presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da Febraban, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú.

Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito.”