Trump anuncia início de acordo de paz em Gaza e retirada de tropas israelenses
Plano prevê libertação de reféns, cessar-fogo e reconstrução do território palestino; líderes agradecem papel de mediação dos EUA
Por: Redação
09/10/2025 • 09:22
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (8) um avanço histórico nas negociações de paz entre Israel e o Hamas, com a assinatura da primeira etapa de um acordo que prevê a retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns.
Em publicação feita na rede Truth Social, Trump afirmou que o entendimento representa “os primeiros passos rumo a uma paz duradoura” e destacou que Israel e o Hamas chegaram a um consenso sobre a criação de uma “linha acordada” para o reposicionamento militar. O presidente também agradeceu aos mediadores do Catar, Egito e Turquia, que participaram das tratativas.
“Este é um grande dia para o mundo árabe e muçulmano, para Israel e para os Estados Unidos”, escreveu Trump. “Agradeço aos mediadores que tornaram possível este evento histórico e sem precedentes.”
Netanyahu confirma votação do acordo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o governo se reunirá nesta quinta-feira (9) para ratificar oficialmente o acordo. Em comunicado divulgado no Telegram, ele agradeceu aos soldados israelenses, que classificou como “heroicos”, afirmando que “sua coragem e sacrifício nos trouxeram até este momento”.
Em postagem no X (antigo Twitter), Netanyahu também elogiou Trump pela liderança e compromisso com a segurança de Israel, classificando o entendimento como “um triunfo diplomático e moral” para o país.
Três dias de negociações no Egito
As conversas que resultaram no pacto ocorreram entre segunda (6) e quarta-feira (8), no Egito, com a presença de delegações de Israel, Hamas, Estados Unidos, Catar e Turquia. O plano americano, composto por 20 pontos, foi ajustado durante as reuniões, e ainda não foram divulgadas todas as cláusulas do texto final.
Entre os principais pontos previstos, estão a libertação de cerca de 250 prisioneiros israelenses e 1.700 detidos palestinos, incluindo mulheres e crianças presas desde outubro de 2023. O Hamas defende, além disso, um cessar-fogo permanente, o retorno de famílias deslocadas, a entrada irrestrita de ajuda humanitária e o início imediato da reconstrução da Faixa de Gaza.
Em contrapartida, Israel aceitou conceder anistia a membros do Hamas que entregarem suas armas e aceitarem viver pacificamente, mas o grupo ficará impedido de integrar o futuro governo local.
Durante a fase de transição, a administração do território ficará sob responsabilidade de um comitê palestino de perfil técnico e apartidário, encarregado de gerir os serviços básicos. Em seguida, o comando deverá ser transferido para a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente como o órgão legítimo dos territórios palestinos.