ONU alerta para crise humanitária grave em Gaza
Civis enfrentam risco extremo ao buscar necessidades básicas
Por: Victor Hugo Ribeiro
17/07/2025 • 15:33 • Atualizado
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) durante uma sessão sobre o Oriente Médio, debateu a atual situação da Faixa de Gaza na última quarta-feira (16). O ataque do movimento islâmico Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, completou 650 dias esta semana.
Um dos temas debatidos pelo subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, e a diretora executiva do Fundo da ONU para a Infância (Unicef), Catherine Russell, que estavam presentes no encontro é a redução da comida. Segundo Fletcher, as pessoas que estão tentando obter alimentos correm o risco de serem baleadas.
Além disso, hospitais de campanha passaram a receber e, diariamente, agentes de saúde testemunham como as pessoas foram baleadas. Já do Unicef comentou que pelo menos nos últimos 21 meses de guerra, mais de 17 mil crianças foram mortas e 33 mil ficaram feridas. Conforme ela, uma média de 28 crianças perdem a vida todos os dias, o equivalente a uma sala de aula inteira. Ela pediu uma reflexão sobre uma sala de aula inteira ser morta todos os dias por dois anos.
A crise humanitária em Gaza atinge níveis alarmantes, com a fome e a desnutrição entre crianças em seu pico histórico, conforme alertou o coordenador humanitário da ONU. Somente em junho, mais de 5,8 mil crianças foram diagnosticadas com desnutrição aguda. A situação é tão desesperadora que, na semana passada, mulheres e crianças perderam a vida enquanto esperavam por alimentos.
Em meio a esse cenário devastador, o Hamas continua a manter reféns, e há relatos preocupantes de ataques a trabalhadores humanitários, intensificando a complexidade da crise.
O sistema de saúde em Gaza está praticamente destruído. Apenas 17 dos 36 hospitais e 63 dos 170 centros de saúde primários funcionam parcialmente. Mesmo com o fluxo constante de novas vítimas, a infraestrutura médica é insuficiente. O chefe humanitário da ONU descreveu uma situação crítica, onde cinco bebês chegam a compartilhar uma única incubadora em alguns hospitais, e pelo menos 70% dos medicamentos essenciais estão em falta.
Esse panorama sombrio foi o foco de um evento recente, solicitado pelo Reino Unido, França, Dinamarca e Eslovênia, para discutir a abordagem de Israel diante da crise humanitária em Gaza.
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