EUA divulgam fotos de navios de guerra próximos à Venezuela no Caribe
Imagens mostram embarcações enviadas para combater narcotráfico
Por: Victor Hugo Ribeiro
02/09/2025 • 19:00 • Atualizado
Na última terça-feira (2), o governo dos Estados Unidos divulgou as primeiras imagens de navios de guerra que enviou para a América Latina, agora localizados no mar do Caribe, próximos à costa da Venezuela. As fotografias mostram o navio de ataque anfíbio USS Iwo Jima, e os navios de transporte USS San Antonio e USS Fort Lauderdale, todos com capacidade para transportar mísseis e canhões.
As embarcações fazem parte de um conjunto de oito navios de guerra, incluindo um submarino nuclear, que o governo de Donald Trump enviou à região com o objetivo declarado de combater o narcotráfico. No entanto, o governo de Nicolás Maduro acusa Washington de planejar uma invasão.
O Exército dos EUA alergou que as fotos foram tiradas no final de agosto, e que os navios estão no Caribe desde então. A divulgação só ocorreu nesta terça-feira por razões estratégicas, já que o governo norte-americano geralmente não libera imagens de operações militares em tempo real.
Venezuela reage à presença militar
Na segunda-feira, Maduro declarou que as oito embarcações americanas estão "apontadas" para a Venezuela e prometeu uma "luta armada" se o país for agredido. Ele afirmou que a força militar americana inclui sete navios de guerra, um submarino de ataque e um total de 1.200 mísseis.
"Se a Venezuela for agredida, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional", disse o presidente venezuelano em uma rara coletiva de imprensa.
O real propósito dos navios
Oficialmente, o governo Trump não confirma nem nega a possibilidade de uma intervenção em Caracas, mas declarou que intensificará a pressão contra organizações criminosas de tráfico de drogas, agora tratadas como grupos terroristas. Desde o seu primeiro mandato, Trump acusa Maduro de ser o líder do Cartel de los Soles, uma afirmação que é contestada por alguns analistas.
O cientista político Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos EUA, aponta que o tipo de equipamento enviado "não é um equipamento de prevenção ou de ação contra o tráfico, ou contra cartéis". Ele acrescenta que é "claramente um equipamento de ataque e invasão", embora não se saiba se a invasão de fato acontecerá.
Detalhes das embarcações
As embarcações enviadas para a região incluem:
- Destróieres (USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson): Navios de guerra menores e mais ágeis que os cruzadores, mas com poder de fogo comparável. Pertencem à classe Arleigh Burke e são equipados com o sistema de combate Aegis, radar e mais de 90 mísseis, incluindo Tomahawk.
- Cruzador USS Lake Erie: Um cruzador de mísseis guiados da classe Ticonderoga, projetado para defesa aérea e antimíssil. Possui um poderoso arsenal com mísseis Tomahawk de cruzeiro, mísseis Standard (SM-2, SM-3) e mísseis anti-navio Harpoon, podendo também servir de apoio para helicópteros.
- Navios-doca (USS San Antonio e USS Fort Lauderdale): Projetados para transportar fuzileiros navais, veículos e equipamentos para operações anfíbias, servindo como plataforma para posicionar forças terrestres a partir do mar.
- Navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima: Da classe Wasp, é capaz de operar aeronaves como o F-35B, além de realizar operações de desembarque com tropas e veículos. Tem grande capacidade para projetar poder aéreo e terrestre em missões combinadas.
- Submarino USS Newport News: Um submarino nuclear da classe Los Angeles, em serviço desde 1989. É especializado em guerra submersa, espionagem e ataques de precisão, podendo operar em grandes profundidades. Ele é equipado com torpedos avançados e mísseis de cruzeiro Tomahawk.
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