Guarda Nacional chega a Washington DC em ação de Donald Trump
Prefeita de DC contesta alegações de aumento de crimes e critica ação
Por: Iago Bacelar
13/08/2025 • 17:04 • Atualizado
A Guarda Nacional dos Estados Unidos começou a chegar às ruas de Washington DC nesta terça-feira, 12. O contingente foi destacado pelo presidente Donald Trump, que afirma que a capital enfrenta uma onda de crimes violentos. Ao todo, serão mobilizados 800 soldados da Guarda Nacional e 500 agentes federais.
O presidente anunciou a decisão sob o lema “tornar DC segura outra vez”, justificando a mobilização com referências a “crime, selvajaria, sujidade” e “as mortes impiedosas de pessoas inocentes”. Trump também afirmou que os sem-teto devem ser retirados da capital, com promessa de acomodação fora da cidade, enquanto os criminosos seriam presos.
“Vou tornar a nossa capital mais segura e mais bonita. Os sem-teto têm de sair imediatamente. Vamos dar acomodação para ficarem, mas longe da capital. Os criminosos não precisam se mudar. Vamos colocá-los todos na cadeia, onde pertencem”, disse o presidente.
Reação da prefeita e dados oficiais
A prefeita de Washington DC, Muriel Bowser, democrata, contestou as alegações de Trump e criticou a ação. “Temos de proteger a nossa cidade, proteger a nossa autonomia, proteger o nosso direito interno e superar este tipo [Donald Trump], para garantir que elegemos uma Câmara democrata para que tenhamos uma barreira contra este impulso autoritário”, afirmou ao New York Times.
Bowser também ressaltou que a Guarda Nacional não tem poder de prender pessoas. Segundo dados oficiais da Polícia Metropolitana de Washington DC, a taxa de crimes violentos na capital está no menor nível dos últimos 30 anos. O FBI registra ainda uma queda de 9% na criminalidade desde o ano passado, embora a cidade apresente uma taxa de homicídios maior que outras grandes metrópoles americanas.
Mobilização inédita e histórico da Guarda Nacional
Nos Estados Unidos, a Guarda Nacional normalmente responde ao governador de cada estado, sendo ativada para serviço federal apenas em situações específicas. Em Washington DC, no entanto, essa força responde diretamente ao presidente da República.
Raramente um presidente mobiliza a Guarda Nacional para combater a criminalidade urbana. Em junho deste ano, Trump já havia destacado cerca de 2 mil militares para Los Angeles durante protestos contra detenções de imigrantes ilegais.
Na madrugada de terça-feira, a Casa Branca informou que, além dos militares, 850 policiais foram deslocados para Washington DC. Até o momento, foram registradas 23 detenções por homicídio, infrações com armas de fogo, tráfico de drogas, evasão fiscal, atos obscenos e perseguições.
“Este é apenas o início. Ao longo do próximo mês, a Administração Trump irá perseguir e prender implacavelmente todos os criminosos violentos do distrito que infringem a lei, prejudicam a segurança pública e põem em perigo os americanos”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca.
Presença da Guarda Nacional nas ruas
Veículos blindados e tropas foram observados em locais centrais e turísticos de Washington DC, com expectativa de que o restante das tropas chegue nos próximos dias. A medida ocorre durante um período de emergência de 30 dias, determinado por Trump para reforçar a segurança na capital, com foco em áreas consideradas estratégicas.
Especialistas destacam que, embora a mobilização seja significativa, ela se apoia em alegações contestadas por dados oficiais, e a população de Washington DC permanece sob alerta quanto à presença militar na cidade.
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