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“Somos todos terroristas aos olhos de Israel”, diz jornalista de Gaza

Fundador do Gaza Press, expressou sua revolta com o assassinato de seis colegas em um ataque israelense

Por: Felipe Santana

12/08/202518:00

Em entrevista à RFI, o jornalista palestino Rami Abou Jamous, fundador do Gaza Press, expressou sua revolta com o assassinato de seis colegas em um ataque israelense que atingiu uma tenda de imprensa. Ele acusa o Exército de promover uma “impunidade total” contra os jornalistas que permanecem na linha de frente da cobertura do conflito.

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Foto: Reprodução/GloboPlay

Segundo Jamous, “somos todos terroristas aos olhos dos israelenses, e principalmente do exército de ocupação”. O correspondente da Al Jazeera, Anas al Sharif, foi alvo do ataque (confirmado pelo Estado de Israel, que o classificou como “terrorista” infiltrado) posição rejeitada com veemência pela emissora e por organizações como a Repórteres Sem Fronteiras.

O jornalista questionou a lógica por trás das acusações, lembrando que seu colega estava constantemente em frente às câmeras fazendo lives, reportagens, e postagens nas redes sociais, o que, segundo ele, torna impossível considerá-lo um militante. Jamous também criticou a inversão de papéis em cenário tão perigoso para quem busca contar a verdade: “Há jornalistas que fazem selfies com [Benjamin] Netanyahu, e ele é um criminoso de guerra”.

Ele conclamou que, apesar do risco iminente, como matar, enterrar a imprensa e, com isso, enterrar a verdade, a cobertura jornalística continue, pois sem essas vozes, o mundo ficará sem conhecer a realidade do que ocorre em Gaza.