Geddel defende renovação responsável e diz que MDB foi leal ao PT
Em entrevista ao Portal Esfera no Rádio, ex-ministro avalia cenário político e reforça apoio à manutenção da chapa Jerônimo–Geraldo Júnior
Por: Domynique Fonseca
21/10/2025 • 16:00
Na edição do programa Portal Esfera no Rádio, transmitido pela Itapoan FM (97,5) e apresentado por Luis Ganem, nesta terça-feira (21), o ex-deputado federal e ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, analisou o cenário político baiano e nacional, e destacou a importância da lealdade partidária e da experiência política em tempos de renovação.
Durante a entrevista, ele afirmou que o MDB permanece firme na aliança com o PT na Bahia, uma espécie de rebate às especulações sobre um possível distanciamento entre as legendas. “Eu vejo esses comentários como especulação e burburinho. O MDB não foi desleal com Jerônimo em nenhum momento. Pelo contrário, fomos fundamentais para a vitória em 2022”, afirmou.
O ex-ministro também reforçou que o partido defende a manutenção da chapa com Jerônimo Rodrigues (PT) e Geraldo Júnior (MDB) para as próximas eleições: “O time que está ganhando não se mexe. O MDB vai lutar pela preservação dessa aliança e pela permanência de Geraldo Júnior como vice-governador."
“Não deslegitimem quem faz política por vocação”
Questionado sobre o espaço para novas lideranças na política baiana, Geddel reconheceu a importância da renovação, mas fez um alerta: “É legítimo todo mundo participar do processo. O que não é legítimo é deslegitimar aqueles que fazem política há muito tempo por vocação.”
Ele citou uma anedota do jornalista e político Sérgio Cabral (pai) para defender que a política reflete a diversidade da sociedade. “Tem de tudo na política; gente honesta, ladrão, homem, mulher, preto, branco... A política é o espelho da sociedade. E há espaço, sim, para o outsider, desde que ele convença o eleitorado de que é uma boa alternativa”, pontuou.
Para o ex-ministro, quem deve decidir sobre a permanência ou renovação de quadros políticos é o povo nas urnas, e não o Judiciário: “Quem tem que dar oportunidade ou frear um político é o eleitor, não a lei de inelegibilidade. É o voto que legitima."
Durante a conversa, Geddel também fez uma autocrítica sobre erros do passado, com recordação às disputas com o ex-governador Jaques Wagner e o rompimento político ocorrido em 2010. “Ouvi maus conselheiros e deixei meu temperamento falar mais alto. O tempo mostrou que o Wagner estava certo e eu estava errado”, reconheceu.
Apesar das divergências, o ex-ministro destacou o respeito e a amizade que mantém com o atual senador. “Sempre tivemos uma boa relação pessoal. O tempo rearruma as coisas, e hoje há maturidade para compreender o papel de cada um.”
Ao comentar o surgimento de novos nomes na política, Geddel ponderou que a renovação é bem-vinda, mas criticou atitudes de confronto e desrespeito.
“Entrar na política é legítimo. O que não vale é transformar o debate em festival de agressões e xingamentos. Quem quiser contribuir deve se propor ao diálogo e convencer a sociedade com ideias”, concluiu.
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