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Construção irregular no aeroporto de Ilhéus preocupa ambientalistas e moradores

Obra em área de preservação permanente é autorizada sem licenciamento ambiental adequado, gerando debate sobre impactos ambientais

Por: Lorena Bomfim

14/08/202511:08Atualizado

Uma construção nas dependências do Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, tem gerado preocupações entre os moradores da cidade e ambientalistas da região. O projeto está sendo realizado em uma área apontada como de preservação ambiental, mais especificamente em uma zona de manguezal, nas proximidades da Avenida Sapetinga, no bairro de Pontal.

Construção irregular no aeroporto de Ilhéus preocupa ambientalistas e moradores
Foto: Divulgação

De acordo com informações, a obra está em fase de licenciamento junto à Prefeitura de Ilhéus e já teria sido autorizada pela Socicam, empresa responsável pela administração do aeroporto. No entanto, a autorização foi concedida sem as devidas licenças ambientais, e parte da estrutura física já foi construída, o que levanta questões sobre o cumprimento das normativas ambientais.

Um relatório especializado revela que o local da obra é classificado como Área de Preservação Permanente (APP). Entre os indícios que apontam para essa classificação, estão a proximidade com o Rio Cachoeira, que pertence à Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira, e a presença de solo hidromórfico, que indica características típicas de áreas de preservação. O estudo também destaca a existência de um canal de drenagem que sugere uma conexão hidrológica com a região, além da influência das marés. Outros dados do relatório mostram que a água está a apenas 30 centímetros de profundidade no local, o que sugere saturação do solo, um fator que aumenta o risco de degradação ambiental.

Além disso, a construção estaria colocando em risco a vegetação nativa da região, incluindo áreas de restinga e manguezal, além de se localizar próxima a um curso d’água natural, o que torna a obra ainda mais sensível do ponto de vista ambiental.

O caso chamou a atenção de diversos grupos ambientalistas, que questionam a falta de transparência no processo de licenciamento e o impacto da obra na preservação da biodiversidade local.

A situação segue gerando debate sobre o equilíbrio entre o desenvolvimento da infraestrutura e a preservação ambiental na região.