Avanço das obras do VLT altera paisagem e estrutura da Cidade Baixa
Governo avança com desapropriações e obras de drenagem em Salvador
Por: Iago Bacelar
31/07/2025 • 15:00
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Salvador avançam com a desapropriação de dois terrenos em pontos estratégicos da Cidade Baixa. O primeiro deles, com 1.962,98 m², está localizado no Pátio de Estacionamento da Calçada, em frente à Rua Nilo Peçanha. O espaço será utilizado para a implantação do modal e para a realização de obras de drenagem, voltadas à melhoria da infraestrutura da região.
O segundo terreno desapropriado possui 1.839,89 m² e está situado na Rua Almeida Brandão, no bairro de Plataforma. A área será destinada à realocação de uma subestação retificadora e à instalação de um posto de policiamento. As subestações são responsáveis pela tração dos trens e fazem parte da estrutura operacional do novo sistema de transporte.
Canal Nilo Peçanha terá investimento de R$ 55 milhões
No dia 21 de julho, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) autorizou o início das obras do Canal Nilo Peçanha, que terá investimento estimado em R$ 55 milhões. A intervenção tem como foco combater os alagamentos recorrentes que afetam áreas como a Rua Nilo Peçanha e o bairro do Uruguai.
O canal vai se estender desde a Enseada dos Tainheiros, localizada na região do Alagados III, até as proximidades da Feira do Curtume, na Calçada. O trajeto inclui a travessia da Avenida Afrânio Peixoto, conhecida como Avenida Suburbana. De acordo com o governo, a obra visa ampliar o escoamento de águas pluviais, reduzir pontos críticos de alagamento e melhorar a qualidade de vida dos moradores da região.
Três consórcios executam obras simultâneas
O projeto do VLT é orçado em mais de R$ 5 bilhões e teve início autorizado em junho de 2024. A proposta é substituir o antigo trem do subúrbio e criar uma ligação entre a Ilha de São João, o Subúrbio Ferroviário, o centro da cidade e a orla. A previsão é de que o primeiro trecho, que conecta a Calçada à Ilha de São João, seja entregue no primeiro semestre de 2026.
As obras foram divididas em três trechos simultâneos, cada um sob responsabilidade de um consórcio diferente. O Trecho 1, entre a Ilha de São João e a Estação Calçada, tem 16,7 km e está a cargo do Consórcio Expresso Mobilidade Salvador. O Trecho 2, de Paripe a Águas Claras, com 9,2 km, é executado pelo Consórcio VLT Lote 2. Já o Trecho 3, entre Águas Claras e Piatã, com 10,5 km, inclui integração com o metrô no Bairro da Paz e está sob responsabilidade do Consórcio Bahia Atlântico.
Modal faz parte do Novo PAC
As intervenções integram o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), iniciativa federal voltada à infraestrutura. O VLT terá 40 km de extensão, 41 paradas e tem como meta melhorar a mobilidade urbana da capital baiana.
De acordo com o governo estadual, a escolha pela Cidade Baixa e áreas periféricas visa atender demandas históricas por transporte público mais eficiente. A intenção é que o sistema funcione de forma integrada com outros modais, oferecendo mais fluidez ao deslocamento dos moradores.
Segundo o governador Jerônimo Rodrigues, a obra tem um caráter estruturante para Salvador. Em publicação oficial, ele destacou que "o escoamento de águas e a mobilidade da população estão sendo pensados juntos", ressaltando o alinhamento entre infraestrutura urbana e transporte coletivo.
Além do investimento em transporte, o projeto tem reflexos diretos em drenagem, urbanização e segurança pública. A instalação de uma subestação retificadora em Plataforma e o posto de policiamento previsto para a mesma área fazem parte dessa estratégia integrada.
Cinco pontos principais sobre o VLT de Salvador
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O sistema vai substituir o antigo trem do subúrbio
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O trajeto conecta Ilha de São João, subúrbio, centro e orla
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Serão 40 km de linha e 41 paradas
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O investimento total é de R$ 3,6 bilhões
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A entrega do primeiro trecho está prevista para o primeiro semestre de 2026
Com as desapropriações concluídas e as obras em curso, o governo aposta na consolidação do VLT como um novo eixo estruturante da capital baiana, com impacto na mobilidade, infraestrutura e qualidade de vida dos soteropolitanos.
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