“PL da Dosimetria” avança na Câmara sob clima de divisão política
Manifestações em São Paulo e Rio marcam resistência à anistia, enquanto relator busca apoio de esquerda e direita
Por: Lorena Bomfim
22/09/2025 • 09:26
Enquanto as principais capitais do país registravam, neste domingo (21), manifestações organizadas pela esquerda contra a anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, o relator do projeto na Câmara dos Deputados, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), avançava nas articulações para a definição do texto final da proposta.
A agenda do deputado inclui um encontro com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda na noite deste domingo, em Brasília. A reunião, no entanto, depende do retorno de Motta à capital após o fim de semana em São Paulo.
Paulinho pretende alinhar com o presidente da Casa o calendário de tramitação do projeto, que foi rebatizado pelo relator como “PL da Dosimetria”. Em um cenário considerado otimista por sua equipe, a votação em plenário poderia ocorrer já na próxima quarta-feira (24). O andamento, contudo, dependerá do aval das principais lideranças do Congresso Nacional.
O parlamentar também agendou reuniões com líderes do PT e do PL para segunda (22) e terça-feira (23). O objetivo é discutir os ajustes finais no texto com representantes tanto da base governista quanto da oposição.
Entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tema ainda divide opiniões. Parte do grupo resiste à transformação do debate sobre anistia em uma negociação em torno da dosimetria das penas. Nas redes sociais, críticos à proposta intensificaram mobilizações neste domingo.
Em resposta à presença de artistas nos protestos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) uma imagem com os dizeres: “anistiados contra anistia é hipocrisia”.
Já os governistas avaliam que as manifestações, especialmente as registradas em Copacabana, no Rio de Janeiro, e na Avenida Paulista, em São Paulo, fortalecem sua posição nas negociações com a oposição.