Lula evita falar sobre prisão de Bolsonaro e foca em agenda do Conselhão
Presidente diz focar em pautas do Conselhão e no país
Por: Victor Hugo Ribeiro
05/08/2025 • 19:00 • Atualizado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não quer comentar o caso envolvendo Jair Bolsonaro (PL) após a decretação de prisão domiciliar realizada na última segunda-feira (4). Durante a apresentação dos trabalhos do Conselhão, nesta terça-feira (5), Lula destacou que está priorizando o Brasil.
"Acho que hoje é um dia de dar boas notícias. Vim comprometido a não falar muito da taxação, mas tenho que falar porque, se eu não falar, vocês vão dizer: ‘Por que Lula não falou? Medo do Trump?’. Também não quero falar do que aconteceu com aquele outro cidadão que tentou dar o golpe. Quero falar é do país", disse Lula.
As falas do presidente ocorreram durante a 5ª reunião plenária do CDESS (Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável), conhecido como Conselhão, órgão responsável por assessorar o presidente da República nas decisões do Executivo. O colegiado é formado por representantes da sociedade civil e do empresariado.
Sobre o caso
Na segunda-feira, 4 de agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi motivada pelo descumprimento de medidas restritivas que já haviam sido impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de sair de casa após as 19h e o veto ao uso de redes sociais.
As novas medidas são ainda mais rígidas. Moraes proibiu visitas, exceto de advogados e pessoas autorizadas, e vetou o uso de celulares por Bolsonaro, seja diretamente ou por meio de terceiros. O ministro alertou que qualquer nova violação resultará na decretação de prisão preventiva.
A decisão foi motivada por uma série de eventos, incluindo uma publicação feita pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, manifestações em apoio ao ex-presidente e uma ligação com o deputado Nikolas Ferreira.
A defesa de Bolsonaro nega que tenha havido descumprimento das regras e informou que irá recorrer da decisão. Nos bastidores, o governo brasileiro manifestou preocupação com possíveis repercussões internacionais, especialmente envolvendo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estaria prestes a anunciar sanções econômicas contra o Brasil.