Lula discute tarifas dos EUA, COP30 e Mercosul-UE com Macron
Diálogo abordou sobretaxas, acordo Mercosul-UE e conferência climática
Por: Iago Bacelar
20/08/2025 • 17:00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, na manhã desta quarta-feira (20), sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, entre outros temas, segundo o Palácio do Planalto.
Lula criticou o uso político das tarifas norte-americanas e detalhou medidas do governo brasileiro contra a sobretaxa de 50% aplicada a empresas do país.
Recurso do Brasil na OMC
Segundo o Planalto, Lula informou Macron sobre o recurso apresentado pelo Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas unilateralmente pelos Estados Unidos.
“Mesmo sem reconhecer a legitimidade de instrumentos unilaterais usados pelos Estados Unidos, como a Seção 301, o presidente Lula comentou sobre os esclarecimentos apresentados por seu governo”, afirmou o Palácio do Planalto.
Acordo Mercosul-União Europeia
Os presidentes também discutiram o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, comprometendo-se a manter o diálogo para concluir o pacto.
COP30 em Belém
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), também esteve na pauta. Macron confirmou sua participação no evento.
“No que se refere ao enfrentamento da mudança do clima, Lula afirmou que a COP30 será a COP da verdade, em que ficará claro quais países acreditam na ciência”, diz o comunicado. Lula destacou a ambição das metas nacionais brasileiras e a importância de que a União Europeia apresente objetivos compatíveis com os desafios globais.
Negociações sobre a Ucrânia
A ligação de cerca de uma hora abordou ainda a situação da paz na Ucrânia. “O presidente Macron elogiou o papel do Grupo de Amigos da Paz, liderado por Brasil e China. Os dois presidentes acordaram continuar diálogo sobre o conflito”, informou o Planalto.
Lula também demonstrou preocupação com o aumento dos gastos militares globais enquanto cerca de 700 milhões de pessoas passam fome no mundo.
Relacionadas