Governo estuda companhia aérea regional para o Nordeste
Proposta inclui rotas entre cidades pequenas e capitais da região
Por: Iago Bacelar
06/06/2025 • 13:36 • Atualizado
O governo federal avalia a criação de uma companhia aérea estatal com atuação exclusiva nos estados nordestinos. A proposta, apresentada pelo ministro do Turismo, Celso Sabino, será desenvolvida em parceria com o Consórcio Nordeste, que reúne os nove governadores da região.
A iniciativa tem como objetivo ampliar a conectividade aérea entre cidades do interior e capitais nordestinas, além de facilitar o acesso a destinos turísticos regionais. A proposta surge em um contexto de retração da aviação comercial, impactada pela concentração do setor em grandes rotas e pela suspensão de voos em regiões com baixa rentabilidade.
Foco será em voos regionais com impacto no turismo
De acordo com Celso Sabino, a nova companhia teria como foco a aviação regional, atendendo localidades atualmente fora do mapa da aviação comercial. O ministro destacou a relevância do projeto para o turismo e o desenvolvimento regional.
“Essa é uma prioridade para melhorar a mobilidade e impulsionar o turismo, com voos que liguem o interior às capitais e destinos turísticos importantes”, afirmou. A proposta contempla também a integração logística entre os estados nordestinos, promovendo a circulação de turistas e trabalhadores em regiões que não contam com linhas regulares.
Proposta busca superar gargalos da aviação comercial no Nordeste
A concentração do mercado aéreo em grandes centros urbanos tem dificultado o acesso a cidades menores, mesmo aquelas com potencial turístico reconhecido. A redução de rotas consideradas economicamente inviáveis por companhias privadas agravou esse cenário. Governos estaduais e prefeituras têm registrado dificuldades para atrair voos comerciais em cidades do interior, o que limita o fluxo turístico e a mobilidade de moradores.
Com a empresa estatal, o governo federal pretende preencher essa lacuna com rotas estratégicas que não são atendidas pelo setor privado. A expectativa é que a companhia atue de forma complementar às grandes operadoras, priorizando voos curtos, frequentes e com tarifas acessíveis.
Especialistas alertam para desafios de viabilidade
Apesar da proposta ter recebido apoio inicial entre os governos estaduais, especialistas em transporte aéreo e infraestrutura apontam desafios operacionais e financeiros para viabilizar a nova companhia. A sustentabilidade do projeto exigiria incentivos fiscais, parcerias público-privadas e investimentos consistentes em aeroportos regionais.
O plano envolveria a modernização de estruturas aeroportuárias em áreas menos desenvolvidas, além de ações para capacitação técnica e regulação do setor. Para analistas, o custo de operação e manutenção de rotas regionais pode se tornar um obstáculo se não houver uma estrutura eficiente de gestão e suporte governamental contínuo.
Integração regional pode fortalecer turismo e economia
A criação da companhia aérea é tratada como parte de uma estratégia mais ampla de desenvolvimento regional. Ao facilitar o acesso aéreo a destinos turísticos menores e promover a circulação entre capitais nordestinas e seus interiores, a proposta busca fortalecer a economia local e diversificar o turismo nacional.
O Ministério do Turismo e o Consórcio Nordeste seguem em fase de estudos técnicos para avaliar a viabilidade do projeto. A expectativa é que os primeiros resultados dessa análise sejam apresentados nos próximos meses.
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