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Política

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Alexandre de Moraes faz primeiro discurso após ser alvo da Lei Magnitsky

Ministro falou em uma "organização criminosa, covarde e traidora" formada por brasileiros investigados e processados

Por: Felipe Santana

01/08/202512:31

Na reabertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF) após o recesso do Judiciário, o ministro Alexandre de Moraes fez um discurso incisivo contra as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos e rebateu pressões de setores bolsonaristas por anistia a réus da tentativa de golpe. Alvo da chamada Lei Magnitsky, assinada pelo presidente Donald Trump, Moraes classificou a medida como uma interferência indevida no Judiciário brasileiro e disse que a ignora completamente.

Alexandre
Foto: Rosinei Coutinho/STF

Relator da ação penal que investiga a trama golpista, o ministro afirmou que o STF atua com total transparência, dentro da Constituição e dos princípios republicanos. "Não houve no mundo uma ação penal com tanta publicidade como essa", declarou.

Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro ou seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Moraes falou em uma "organização criminosa, covarde e traidora" formada por brasileiros investigados e processados que hoje se encontram foragidos no exterior. “Pseudo-patriotas”, nas palavras do ministro, que estariam atuando de fora do país em ações hostis contra a democracia brasileira.

Em outro trecho, Moraes afirmou que as sanções internacionais são “espúrias e ilegais” e têm como objetivo fragilizar economicamente o Brasil. "Para desgosto desses brasileiros traidores, isso não ocorrerá", afirmou.

O ministro também classificou como “chantagem” as tentativas de pressionar o Congresso por uma anistia aos golpistas. Segundo ele, a proposta é inconstitucional. “Acham que estão lidando com milicianos como eles, mas estão lidando com ministros da Suprema Corte”, afirmou, em crítica velada a Eduardo Bolsonaro, que vêm defendendo publicamente a concessão de perdão judicial aos réus.

Ao encerrar, Moraes reforçou o papel do STF na defesa da ordem democrática: “A história desta Corte mostra que não falta nem faltará coragem para enfrentar os inimigos da soberania nacional e da democracia brasileira.”