Brasil registra aumento nos casos de assassinato contra população indígena
Segundo relatório, 211 pessoas foram mortas em 2024
Por: Gabriel Pina
28/07/2025 • 17:03 • Atualizado
O assassinato da população indígena tem crescido no Brasil, é o que aponta o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil”, feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Divulgado nesta última segunda-feira (28), o levantamento revelou que, entre janeiro e dezembro de 2024, 211 pessoas foram assassinadas no Brasil.
Segundo o relatório, o estado de Roraima liderou os casos, com 57 registros de morte envolvendo pessoas indígenas. Em seguida, aparece o Amazonas com 45 mortes e o Mato Grosso do Sul, que contabilizou 33 episódios.
Para o Cemi, os números revelam o aumento histórico nos casos de assassinato contra a população nativa brasileira. De acordo com os dados de 2023, 208 assassinatos foram registrados, uma crescente em comparação com 2022, que registrou 180 mortes.
“O ano foi marcado por uma série de conflitos territoriais e assassinatos envolvendo brigas ou desavenças, muitas vezes potencializadas por bebida alcoólica. Do total, 35 das vítimas foram homens, 18 mulheres e duas crianças”, destacou o Cemi.
Além disso, o balanço trouxe também os números de registros policiais envolvendo casos de violência étnico-cultural contra essas populações. Confira os números:
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Abuso de poder: 19 casos;
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Ameaça de morte: 20 casos;
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Ameaças várias: 35 casos;
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Assassinatos: 211 casos;
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Homicídio culposo: 20 casos;
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Lesões corporais: 29 casos;
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Racismo e discriminação étnico-cultural: 39 casos;
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Tentativa de assassinato: 31 casos;
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Violência sexual: 20 casos.
Os dados foram obtidos por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), das secretarias estaduais de saúde e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), através de pedidos realizados via Lei de Acesso à Informação (LAI) e de consultas a bases de dados públicas disponibilizadas pelos órgãos.
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