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Brasil busca novos mercados para reduzir impacto do tarifaço dos EUA

Ministro critica postura dos EUA e defende proteção ao emprego nacional

Por: Iago Bacelar

10/08/202510:11

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o Brasil vai ampliar o acesso a novos mercados para reduzir os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Em evento no Recife, neste sábado (9), ele classificou como “contraproducente” a mistura de agendas políticas e econômicas na relação entre os dois países.

Brasil busca novos mercados para reduzir impacto do tarifaço dos EUA
Foto: Eduardo Oliveira/MPOR

Impactos do tarifaço

Segundo Costa Filho, a decisão dos EUA prejudica empregos e empresas brasileiras. Ele disse que o governo norte-americano está ligando a medida a temas políticos internos, o que afeta diretamente o comércio exterior.

“Infelizmente, a decisão foi misturada com a agenda de anistia, de interesse daqueles setores bolsonaristas mais radicais. Defender isso é contraproducente com o Brasil porque emprego não é de direita nem de esquerda. Emprego é do povo brasileiro”, afirmou o ministro, acrescentando que milhares de empresas serão prejudicadas com a taxação.

Críticas à política norte-americana

Costa Filho avaliou que, em pouco menos de oito meses de governo Donald Trump, os Estados Unidos enfrentam recessão, aumento do desemprego e inflação, afetando também a economia global. Apesar do cenário, ele disse que a medida pode acelerar a estratégia brasileira de ampliar sua presença no mercado internacional.

Novas oportunidades comerciais

O ministro destacou que, nos últimos dois anos e meio, o governo brasileiro abriu mais de 390 mercados. Segundo ele, a decisão norte-americana reforça a importância dessa diversificação.

“Não gostaríamos que tivesse acontecido, mas já que aconteceu, o próprio setor produtivo vai acelerar o que já estava acontecendo ao abrir novos mercados com a Ásia, Europa e outros países”, disse Costa Filho.

Expectativa de revisão da medida

O ministro das Cidades, Jader Filho, disse esperar que haja revisão da política norte-americana. Para ele, pressões internas podem levar o governo dos EUA a mudar sua postura.

“Tenho a impressão de que as grandes cabeças dos Estados Unidos pressionarão para que essa bola baixe, e que acabe essa loucura que está estabelecida na política internacional norte-americana”, afirmou.

Questões de governança e corrupção

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, também participou do evento e criticou a suspensão, pelo governo norte-americano, de legislações que previam punições a empresas dos EUA envolvidas em corrupção no exterior.

Ele lembrou que, desde o fim da ditadura militar, o Brasil tem fortalecido instituições voltadas à cooperação internacional e à governança multilateral. O país, segundo ele, avançou no combate à corrupção com base em três pilares: transparência, supervisão e sancionamento, além de incentivar a participação da sociedade civil.

Estratégia brasileira

Para o governo, a diversificação de mercados é uma resposta necessária ao cenário de instabilidade comercial. A ampliação de exportações para regiões como Ásia e Europa busca reduzir a dependência do mercado norte-americano e proteger o emprego no Brasil.

O evento, realizado no Recife, reuniu autoridades e especialistas no seminário Esfera Infra, onde foram discutidos os impactos da política externa norte-americana e as medidas que o Brasil pode adotar para fortalecer sua presença no comércio internacional.