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Bolsonaro teve acesso à defesa de general que planejou matar Lula e Moraes

Arquivos da defesa de Mário Fernandes foram encontrados no celular do ex-presidente

Por: Layra Mercês

21/08/202512:36

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve acesso antecipado à defesa do general Mário Fernandes, réu no processo sobre a suposta trama golpista. Fernandes admitiu, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ter elaborado um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Segundo a Polícia Federal (PF), dois documentos relacionados a Fernandes estavam armazenados no celular de Bolsonaro antes de serem protocolados no STF. Os arquivos, em formato .docx, recebidos via WhatsApp, tinham os nomes “minuta revisão final” e “Agravo Regimental versão final”, sem terem sido baixados do site do tribunal.

O primeiro arquivo, criado em 6 de março de 2025 às 19h54, coincidia com o horário em que foi salvo no aparelho do ex-presidente. Com 26 páginas, o documento foi produzido por um advogado do general e corresponde a uma petição apresentada ao STF às 21h13, com assinatura eletrônica registrada às 21h03, pouco mais de uma hora após o salvamento no celular de Bolsonaro.

O segundo documento, salvo em 30 de dezembro de 2024, às 16h29, detalhava a investigação sobre um grupo de militares que planejava impedir a posse de Lula em 2022 por meios violentos, incluindo a prisão ou eliminação de autoridades. O agravo questionava a decisão de Moraes que negou a prisão preventiva de Fernandes e foi protocolado no STF apenas no dia seguinte, às 10h10.

Fernandes integra o núcleo 2 da suposta trama golpista. Ele admitiu ter elaborado o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, antes identificado como “Fox_2017.docx”. O general afirmou que o arquivo digital é apenas um registro pessoal de pensamentos e análises de risco, sem ter sido compartilhado.