As ações do Banco do Brasil (BBAS3) voltaram a cair nesta quinta-feira (21), refletindo a tensão do mercado diante dos desdobramentos da Lei Magnitsky e das incertezas jurídicas que ela gera no país. Os papéis recuaram cerca de 1,2%, negociados próximos a R$ 19,60, após uma breve recuperação na véspera.

O movimento acontece em meio à repercussão do bloqueio do cartão internacional do ministro Alexandre de Moraes, substituído por um de bandeira nacional Elo. A medida foi interpretada pelo mercado como sinal de que bancos brasileiros estão tomando precauções diante da possibilidade de sanções dos Estados Unidos, mesmo sem respaldo direto da Justiça brasileira.

Especialistas alertam que, caso instituições financeiras passem a obedecer automaticamente determinações ligadas à Lei Magnitsky, correm risco de retaliações no sistema financeiro global, incluindo eventuais restrições no acesso ao SWIFT, plataforma essencial para transações internacionais. O governo brasileiro, por sua vez, já afirmou que sanções estrangeiras não têm efeito automático no país.

A pressão sobre o Banco do Brasil ocorre em um momento delicado, após resultados considerados fracos no segundo trimestre. Somente nesta semana, a instituição perdeu cerca de R$ 7,25 bilhões em valor de mercado, reforçando a volatilidade do setor bancário.

O episódio reacendeu a cautela dos investidores e contribuiu para segurar o desempenho do Ibovespa, que enfrenta dificuldades para sustentar altas em meio à combinação de fragilidade corporativa e instabilidade política.