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Alckmin afirma que negociação contra tarifa dos EUA será iniciada imediatamente

Governo quer excluir produtos como café e frutas da nova tarifa imposta pelos EUA

Por: Iago Bacelar

31/07/202519:00

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira que o governo federal dará início às negociações com os Estados Unidos para tentar excluir produtos brasileiros da nova tarifa imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump. A medida prevê 50% de taxação sobre exportações do Brasil e entra em vigor no próximo dia 6 de agosto.

Alckmin afirma que negociação contra tarifa dos EUA será iniciada imediatamente
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Durante entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo, Alckmin explicou que 35% das exportações brasileiras serão diretamente afetadas pela medida, e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já orientou a equipe a buscar soluções por meio do diálogo.

Produtos como café e frutas estão entre os alvos da nova taxação

O aumento tarifário atinge especialmente produtos como café e outras frutas. Segundo Alckmin, o objetivo principal do governo é reduzir o impacto sobre os setores mais afetados e manter os empregos nas empresas exportadoras.

“O que realmente vai nos afetar é 35%, 35,9%, do total das exportações. O presidente Lula orientou primeiro, vamos continuar a negociação. A negociação não terminou hoje, ela começa hoje”, disse Alckmin ao detalhar os próximos passos da diplomacia comercial brasileira.

Ao mesmo tempo, o governo trabalha em um plano de contingência para mitigar os efeitos da medida sobre empresas brasileiras, sobretudo no que diz respeito à manutenção de empregos.

Governo prepara estratégia para proteger empregos e produção nacional

Alckmin reforçou que a prioridade será proteger os postos de trabalho diante das perdas provocadas pela nova política comercial dos Estados Unidos. Ele garantiu que o setor produtivo não ficará desamparado.

“Vamos nos debruçar nesses 35% e vamos preservar o emprego. As empresas não vão ficar desamparadas. Vamos trabalhar para preservar os empregos, a produção, avançar em mercados”, afirmou o vice-presidente durante a entrevista.

A tarifa de 50% foi formalizada na última quarta-feira, 30 de julho, por meio de uma ordem executiva assinada por Trump. Apesar da medida, cerca de 700 itens foram excluídos da nova taxação, o que reduz parcialmente os impactos sobre as exportações brasileiras.

Brasil busca reverter tarifa imposta por Trump

Geraldo Alckmin lidera o grupo que vai conduzir o diálogo com os Estados Unidos para tentar reverter a sobretaxa sobre os produtos nacionais. A expectativa do governo é de que a negociação tenha início ainda nesta semana.

Mesmo com a exclusão parcial de produtos da nova regra, o setor agroexportador brasileiro permanece entre os mais vulneráveis. A intenção do governo é utilizar canais diplomáticos e comerciais para demonstrar o impacto negativo da medida sobre o comércio bilateral entre os dois países.

O anúncio da medida pelos EUA ocorre em meio a uma escalada de tensões comerciais com diversos países. O governo brasileiro considera a decisão um desafio, mas busca alternativas para manter o fluxo de exportações e proteger setores estratégicos da economia.

O governo não divulgou oficialmente quais produtos compõem os 35% diretamente afetados, mas há sinalização de que as discussões envolverão produtores de café, frutas, alimentos processados e itens agrícolas em geral.

Medida entra em vigor em agosto e pode gerar impactos no agronegócio

A nova tarifa será aplicada a partir de 6 de agosto, e o governo brasileiro tenta agir com rapidez para mitigar os impactos sobre o agronegócio e indústrias de exportação. A orientação é que as negociações com os Estados Unidos busquem reverter a decisão ou excluir itens estratégicos da lista de sobretaxação.

Enquanto isso, o plano de contingência pretende garantir apoio financeiro e operacional às empresas impactadas pela medida, com foco na manutenção da atividade econômica e dos empregos formais.

A articulação será acompanhada de perto pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pasta liderada pelo próprio Alckmin, e deve envolver também o Itamaraty e a Casa Civil.