Morre Clara Charf, ativista e viúva de Marighella, aos 100 anos
A militante histórica do comunismo brasileiro se tornou referência na luta por direitos humanos e igualdade de gênero
Por: Redação
03/11/2025 • 14:02 • Atualizado
A militante histórica Clara Charf morreu nesta segunda-feira (3), aos 100 anos, em São Paulo. Viúva de Carlos Marighella, a ativista faleceu por causas naturais após alguns dias de internação e chegou a ser intubada, conforme comunicado da Associação Mulheres Pela Paz, da qual era fundadora e presidente.
Ícone da militância política
Conhecida pela firme atuação em defesa da liberdade e da justiça social, Clara Charf dedicou a vida à luta pelos direitos humanos e pela democracia no Brasil.
“Clara foi grande. Foi do tamanho dos seus 100 anos. Difícil dizer que ela se apagou, porque uma vida com tamanha luminosidade fica gravada em todas e todos que tiveram o privilégio de aprender com ela”, afirmou a entidade em nota de despedida.
Trajetória marcada por resistência
Natural de Maceió e nascida em 17 de julho de 1925, Clara iniciou sua militância política ainda jovem. Aos 21 anos, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro e, mais tarde, tornou-se uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores. Filha de judeus russos refugiados, cresceu em Recife e desde cedo se envolveu com movimentos de resistência.
          Pio Figueiroa/Revista CULT
O casamento com Carlos Marighella durou quase duas décadas, de 1950 até o assassinato do líder comunista pela ditadura militar, em 1969. Durante o regime, Clara participou da Aliança Libertadora Nacional (ALN), organização criada por Marighella, e teve seus direitos políticos cassados em 1964.
Mesmo após décadas, o nome de Clara Charf segue como símbolo de coragem, memória e resistência política no país.
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