O Sean "Diddy" Combs foi condenado a 50 meses de prisão (cerca de 4 anos e 2 meses) e a pagar uma multa de US$ 500.000 em uma audiência realizada em Nova York na sexta-feira (3). O juiz Arun Subramanian anunciou a sentença, que já inclui o período de pouco mais de um ano que o rapper e executivo está preso desde setembro de 2024.

Em julho, Diddy havia sido considerado culpado por duas das cinco acusações que enfrentava: transporte para fins de prostituição onde foi afirmado um envolvimento da ex-namorada Cassie Ventura e outra testemunha identificada como "Jane". Na época, ele foi inocentado das acusações mais graves, incluindo tráfico sexual e conspiração para extorsão.

Já a pena máxima para os crimes pelos quais foi condenado poderia chegar a 20 anos. O juiz Subramanian estipulou uma sentença de 70 a 87 meses como ideal, enquanto a defesa pedia no máximo 14 meses e a promotoria, 135 meses, ou seja, pouco mais de 11 anos.

Segundo o juiz Arun Subramanian essa será uma "sentença substancial" para deixar claro que o abuso contra mulheres é um crime punido com responsabilidade. Ele reconheceu o impacto e o trabalho "icônico" de Diddy como artista e empresário na comunidade negra, mas rejeitou a alegação da defesa de que os atos seriam "experiências íntimas consensuais".

"Boas ações não apagam o poder e o controle que você tinha sobre as mulheres que você dizia amar profundamente. Você abusou delas física, emocional e psicologicamente, e usou isso para conseguir o que queria," declarou Subramanian.

Em seu discurso, Diddy expressou arrependimento: "As pessoas podem mudar, eu sei que mudei... Não posso mudar o passado, mas posso mudar o futuro."

Veja todas as acusações deste ano 

• Conspiração para extorsão (acusado de operar uma empresa criminosa que facilitava tráfico sexual, distribuição de drogas, coerção e violência) – Diddy foi considerado inocente
• Tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção (caso envolvendo Cassie Ventura, ex-namorada do artista) - Diddy foi considerado inocente
• Transporte com fins de prostituição (caso envolvendo Cassie Ventura) - Diddy foi considerado culpado (pena poderia chegar a 10 anos de prisão)
• Tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção (caso envolvendo Jane) - Diddy foi considerado inocente
• Transporte com fins de prostituição (caso envolvendo Jane) - Diddy foi considerado culpado (pena poderia chegar a 10 anos de prisão)

Sobre o caso

A imagem de Diddy, um dos nomes mais influentes e poderosos do hip-hop onde é o principal fundador da Bad Boy Records e produtor de astros como Notorious B.I.G.), começou a ruir no final de 2023, após acusações de abuso e coerção de sua ex-namorada, Cassie. O processo, que culminou em sua prisão em setembro de 2024, alegava que ele usou seu império para facilitar e ocultar crimes sexuais por mais de duas décadas.

Durante a audiência de sentença, seis dos sete filhos de Diddy compareceram e deram depoimentos emocionados em apoio ao pai, descrevendo-o como um "homem transformado" que ainda tem muito a oferecer. A promotoria, por sua vez, enfatizou a necessidade de justiça e responsabilidade para o réu que cometeu crimes federais "repetidamente ao longo de 15 anos".

A defesa argumentou que Combs não lucrou com os atos de prostituição e que o processo distorceu seu uso recreativo de drogas e estilo de vida. A condenação de Diddy marca o fim de um caso de grande repercussão que expôs o lado sombrio do poder de um dos maiores executivos da indústria musical.