O Nobel de Literatura de 2025 foi concedido nesta quinta-feira (9) ao escritor László Krasznahorkai, da Hungria. A Academia Sueca destacou o autor “por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”, segundo comunicado oficial divulgado pelo site do Prêmio Nobel.

Nascido em 1954, na cidade de Gyula, Krasznahorkai é reconhecido por sua prosa densa, filosófica e apocalíptica, marcada por frases longas e uma visão profunda sobre o colapso moral e espiritual da sociedade moderna.

O autor estreou na literatura em 1985, com o romance Sátántangó, que lhe trouxe projeção internacional e foi adaptado para o cinema pelo diretor Béla Tarr, parceiro em outras obras, como As Harmonias de Werckmeister.

Com uma trajetória que inclui temporadas na Alemanha, no Japão e nos Estados Unidos, Krasznahorkai acumula prêmios de prestígio, como o Man Booker International (2015) e o National Book Award de literatura traduzida (2019).

Entre suas obras mais conhecidas estão A Melancolia da Resistência, Guerra e Guerra, Seiobo There Below e O Retorno do Barão Wenckheim, títulos que consolidaram sua reputação como um dos grandes nomes da literatura contemporânea.

Frequentemente comparado a Kafka e Musil, Krasznahorkai combina a tradição literária da Europa Central com uma abordagem pessoal e metafísica, centrada na busca de sentido em meio ao caos. Seus personagens habitam mundos à beira do colapso, movidos por uma fé quase mística na criação artística.

Descrito por críticos como “hipnótico e desafiador”, o estilo do autor une o pessimismo europeu à filosofia oriental, resultando em uma literatura que transforma o desespero em contemplação, e reafirma a arte como uma das últimas formas de resistência humana.