O sambista Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos. O cantor, compositor e instrumentista, considerado um dos maiores nomes do samba brasileiro, estava afastado dos palcos há oito anos, desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.

Nascido no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958, Arlindo Domingos da Cruz Filho era um dos cantores de samba mais conhecidos no Brasil. Durante sua carreira ganhou projeção nacional ao integrar o grupo Fundo de Quintal, ícone da renovação do samba nos anos 1980. 

Já na carreira solo, tornou-se autor de alguns dos sambas mais conhecidos do país, como O Show Tem Que Continuar, Meu Lugar, O Que É o Amor, Candura e Ainda É Tempo Pra Ser Feliz. 

Arlindo ainda da sua voz irreverente, também marcou a trajetória de muitos músicos com mais de  700 composições gravadas e cerca de 3 mil registros como músico, gravou com nomes como Zeca Pagodinho, Maria Rita, Beth Carvalho, Alcione e Jorge Aragão. No Carnaval, era ligado a escolas como Império Serrano e X-9 Paulistana. Também marcou presença na televisão, especialmente no programa Esquenta, da TV Globo, onde fez parte do núcleo de samba.

Em 17 de março de 2017, Arlindo Cruz sofreu um AVC hemorrágico enquanto se preparava para uma turnê. Após o incidente, ele passou um ano e três meses internado. A partir de junho de 2018, ele recebeu cuidados em casa, sob a atenção de sua família e de uma equipe médica.

Ao longo do tratamento, o sambista foi submetido a cinco cirurgias na cabeça. Nos primeiros anos, demonstrou sinais de interação, mas, de acordo com sua esposa, Babi Cruz, sua condição neurológica piorou recentemente.

Arlindo deixa a esposa, Babi, os filhos Arlindinho e Flora, e uma legião de fãs que seguirão celebrando sua obra. Informações sobre velório e sepultamento ainda não foram divulgadas pela família.