Acidentes com álcool persistem e preocupam autoridades do país
Acidentes com álcool persistem e preocupam autoridades do país
Por: Victor Hugo Ribeiro
23/08/2025 • 08:42 • Atualizado
A ideia de dirigir sob o efeito de álcool continua sendo um problema grave no Brasil, apesar de a Lei Seca (Lei nº 11.705) ter completado 17 anos em 2025. Já que a legislação tem como objetivo a segurança viária, além de trazer um marco levado a uma queda de 21% nas autuações desde 2019, os acidentes causados por motoristas embriagados persistem.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal só em 2024, registrou mais de 7 mil acidentes em rodovias federais causados por motoristas que haviam consumido álcool ou substâncias psicoativas. A situação é exemplificada por uma série de casos recentes em Salvador e São Paulo, incluindo acidentes com vítimas fatais e feridos graves.
Um dos desafios enfrentados pelo Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) é o comportamento entre os infratores: em sua maioria, são homens de 30 a 39 anos, com até 10 anos de habilitação. As infrações ocorrem principalmente de madrugada, entre 0h e 6h, nos fins de semana e com aumento em meses festivos como fevereiro (Carnaval) e dezembro (festas de fim de ano). As capitais com maior número de infrações são São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
Conforme o relatório realizado Mobilidade de Salvado, esse padrão e os perfil dos motoristas estar ligado a uma questão de "status", onde homens solteiros e jovens preferem usar o próprio carro. A dependência de transporte público precário ou o alto custo de aplicativos também são justificativas comuns.
Recusa ao bafômetro e impunidade
A recusa ao teste do bafômetro se tornou uma tática comum para mascarar a quantidade de álcool consumida. No Brasil, 65% das autuações por direção sob efeito de álcool, desde 2008, foram por recusa. Na Bahia, esse número sobe para 89%. A recusa é uma infração gravíssima, com multa de R$ 2.934,70 e suspensão da habilitação por 12 meses, as mesmas penalidades de ser pego dirigindo embriagado. No entanto, muitos motoristas preferem a recusa para evitar que o crime de trânsito seja configurado, que pode levar à prisão.
Mesmo com dados e depoimentos mostram que, embora a Lei Seca tenha sido um avanço, ainda há um longo caminho a percorrer. A cultura de beber e dirigir permanece, e a fiscalização e a educação precisam ser contínuas e adaptadas para combater novos desafios, como as táticas para escapar de blitze.