Anvisa aciona cooperação internacional para importar antídoto do metanol
Agência aciona países como EUA, Canadá e União Europeia para viabilizar importação do medicamento fomepizol
Por: Domynique Fonseca
03/10/2025 • 09:55 • Atualizado
Com o aumento dos casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou articulações com órgãos reguladores de diversos países para trazer ao país o medicamento usado como antídoto: o fomepizol.
Até o momento, já foram notificados 59 casos suspeitos, dos quais 11 tiveram confirmação laboratorial e 48 permanecem em análise.
Segundo a Anvisa, o fomepizol não possui registro sanitário no Brasil, o que torna necessária a busca por fornecedores internacionais. Agências de países como Estados Unidos, Argentina, União Europeia, México, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália já foram consultadas sobre a possibilidade de disponibilizar o medicamento.
Para acelerar a importação, a Anvisa lançou um edital público destinado a identificar fabricantes e distribuidores que possam fornecer o produto imediatamente ao Ministério da Saúde, responsável por atender à demanda no Sistema Único de Saúde (SUS).
Paralelamente, a agência tem dado suporte às análises realizadas pela Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária, que coordena a coleta e envio de amostras suspeitas de contaminação. Até agora, três laboratórios foram destacados para esse trabalho: o Lacen/DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz.
Em caráter emergencial, a Anvisa também mapeou mais de 600 farmácias de manipulação no país com capacidade técnica para produzir etanol em grau de pureza adequado para uso médico. O produto pode servir como alternativa terapêutica caso o fomepizol não esteja disponível em tempo hábil.
Para monitorar a situação, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação, que funcionará de forma extraordinária até que o risco sanitário seja controlado. A equipe técnica será responsável por analisar os dados dos casos notificados, planejar estratégias de resposta e coordenar ações junto a estados e municípios.
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, os casos registrados têm ligação direta com o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, que vêm sendo alvo de investigações e ações de fiscalização.