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Econosfera

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Mercado reduz previsão da inflação e mantém juros altos

Estimativa para PIB de 2025 sobe ligeiramente para 2,19%

Por: Iago Bacelar

01/09/202514:00

O mercado financeiro reduziu a previsão do IPCA, índice oficial de inflação, de 4,86% para 4,85% em 2025. É a décima quarta redução seguida, divulgada no Boletim Focus desta segunda-feira (1º). O levantamento é divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC) com expectativas para os principais indicadores econômicos.

Mercado reduz previsão da inflação e mantém juros altos
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo

Para 2026, a projeção caiu de 4,33% para 4,31%. Para 2027 e 2028, as estimativas são de 3,94% e 3,8%, respectivamente. A previsão de 2025 permanece acima do teto da meta de inflação, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Em julho, a inflação oficial do IBGE fechou em 0,26%, segundo mês seguido de queda nos preços dos alimentos, ajudando a segurar o índice. No acumulado em 12 meses, o IPCA atingiu 5,23%, acima do limite de 4,5%.

Juros básicos e política monetária

Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, fixada em 15% ao ano pelo Copom. O recuo da inflação e a desaceleração da economia interromperam o ciclo de altas em julho, após sete aumentos consecutivos.

Em comunicado, o Copom citou que a política comercial dos Estados Unidos gerou incertezas sobre os preços. A autoridade monetária afirmou que pretende manter os juros básicos, mas não descarta novas elevações caso necessário.

Analistas estimam que a Selic encerre 2025 em 15% ao ano. Para 2026, a previsão é de queda para 12,5% ao ano. Em 2027 e 2028, a expectativa é de redução para 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.

A elevação da Selic encarece o crédito e incentiva a poupança, impactando a economia. A redução da taxa tende a baratear o crédito, estimular consumo e produção, mas dificulta o controle da inflação.

PIB e câmbio

A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,18% para 2,19% em 2025. Para 2026, a projeção é de 1,87%, e para 2027 e 2028, 1,89% e 2%, respectivamente.

No primeiro trimestre, a economia brasileira cresceu 1,4%, puxada pela agropecuária. Em 2024, o PIB teve alta de 3,4%, marcando quatro anos consecutivos de expansão, sendo a maior desde 2021, quando cresceu 4,8%.

A previsão para a cotação do dólar é de R$ 5,56 no fim deste ano, com expectativa de R$ 5,62 para o final de 2026.