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Banco Central confirma regulamentação do Pix parcelado em setembro

Medida vai definir regras e ampliar acesso a compras parceladas sem cartão

Por: Iago Bacelar

12/08/202508:37

O Banco Central vai regulamentar o uso do Pix parcelado em setembro. A confirmação foi feita pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, que afirmou que a norma terá alcance nacional e vai estabelecer regras para o funcionamento da modalidade.

Banco Central confirma regulamentação do Pix parcelado em setembro
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Padronização da operação

O Pix parcelado já está disponível em aplicativos de algumas instituições financeiras, mas ainda não conta com regulamentação única. Com a medida, o Banco Central pretende criar um padrão que facilite a utilização do recurso tanto por consumidores quanto por empresas.

Galípolo explicou que a regulamentação vai ampliar o acesso a meios de pagamento parcelados, especialmente para pessoas sem cartão de crédito.

"Isso vai permitir que as 60 milhões de pessoas que não têm cartão de crédito possam fazer pagamento de valores mais elevados de maneira parcelada com menor tarifa e de maneira mais competitiva", afirmou.

Funcionamento e benefícios

Segundo o Banco Central, o Pix parcelado funcionará de forma semelhante ao crédito tradicional, mas sem comprometer o limite de cartões. O pagamento será feito diretamente via Pix, com a opção de parcelamento mediada pela instituição financeira que oferece o serviço.

A cobrança de juros continuará sendo definida por cada banco ou fintech, mas a regulamentação deverá estabelecer diretrizes para transparência das condições.

De acordo com pesquisa do Google divulgada em julho, 22% dos entrevistados já utilizaram o Pix parcelado. Entre as vantagens citadas estão a flexibilidade e o fato de não utilizar o limite do cartão de crédito.

Alternativa ao crédito convencional

O presidente do Banco Central destacou que o objetivo é ampliar as opções de pagamento para a população.

"Será mais uma alternativa; o Banco Central não quer restringir as alternativas que existem, ele quer oferecer mais alternativas e deixar que o cidadão, o comércio e o varejo escolham aquela que lhe parece mais competitiva e mais interessante", disse.

Segundo a autarquia, a regulamentação também busca garantir segurança nas operações e ampliar a competitividade no setor financeiro, já que novas instituições poderão oferecer o serviço em condições padronizadas.

Impacto para o comércio e consumidores

Para o comércio, a expectativa é de que a nova função do Pix possa reduzir custos operacionais e ampliar as formas de pagamento aceitas. Com menor dependência de operadoras de cartão, lojistas podem negociar condições diferenciadas com bancos e fintechs.

Para consumidores, especialmente os que não têm acesso a crédito rotativo, o Pix parcelado pode representar uma alternativa para compras de maior valor, desde que analisadas as taxas de juros praticadas.

Próximos passos

O Banco Central deve publicar a regulamentação até o final de setembro. A partir da publicação, as instituições financeiras terão prazo para se adequar às novas regras e informar claramente aos clientes as condições de parcelamento.

A medida integra o conjunto de ações do BC para aprimorar o sistema de pagamentos instantâneos, que já inclui modalidades como Pix Saque e Pix Troco.