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Brasil assina acordo com China por corredor até o Pacífico

Ferrovia integrará Fiol, Fico e Porto de Chancay

Por: Ana Beatriz Fernandez Martinez

15/07/202523:00

O governo brasileiro firmou um memorando de entendimento com a China para estudar a viabilidade de um novo corredor ferroviário bioceânico, que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico através do Porto de Chancay, no Peru.

lula e o presidente da china
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O acordo foi assinado pelo Ministério dos Transportes, por meio da Infra S.A., e pelo China Railway Economic and Planning Research Institute, braço estratégico da estatal ferroviária China State Railway Group.

A proposta busca reposicionar o Brasil no comércio internacional, ao reduzir custos logísticos e ampliar o acesso ao mercado asiático. O foco está nas exportações agrícolas e minerais do Centro-Oeste, conectadas por ferrovia ao norte e sudeste do país.

O projeto tem como base a integração dos modais Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste). As duas linhas são consideradas estruturantes para o escoamento de grãos e minérios até o litoral pacífico.

O leilão da malha Fico-Fiol está previsto para o primeiro semestre de 2026, e o estudo inclui ainda conexões rodoviárias e hidroviárias.

O mapeamento das rotas bioceânicas sul-americanas é coordenado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), que busca consolidar uma malha logística integrada e sustentável entre a América do Sul e os principais mercados mundiais.

A ministra Simone Tebet destacou o interesse chinês desde o início do atual governo. Segundo ela, o próprio presidente Xi Jinping manifestou a intenção de investir em infraestrutura ferroviária durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Eles querem rasgar o Brasil com ferrovias. Não existe dinheiro público suficiente para fazer isso, é muito caro”, afirmou Tebet, que defende a ampliação da integração logística com foco no mercado asiático.

As chamadas Rotas de Integração Sul-Americana — com destaque para os eixos logísticos que levam ao Pacífico — estão no centro da estratégia brasileira para se inserir de forma mais competitiva no comércio internacional, especialmente com a China.