A montadora chinesa Great Wall Motor (GWM) inaugura nesta sexta-feira, 15, sua nova fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A planta terá capacidade de produzir até 50 mil veículos por ano.

Produção inicial e modelos

No início das operações, a fábrica vai produzir os SUVs Haval H6 e a picape Poer. As peças estampadas serão importadas da China na fase inicial, enquanto a empresa avalia se internaliza o processo de estampagem ou contrata fornecedores locais especializados.

A GWM é a primeira montadora habilitada no Programa de Mobilidade Verde (MOVER), do Governo Federal, para produção de modelos híbridos plug-in (PHEV) no Brasil. A meta da empresa é alcançar 60% de conteúdo nacional nos veículos até 2026.

Presença chinesa no mercado brasileiro

Ao todo, já circulam no país 16 marcas de automóveis da China, principalmente nas grandes cidades. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que veículos leves chineses representaram 62,1% dos carros importados no primeiro semestre de 2025.

Até julho deste ano, as três principais marcas chinesas venderam 110.856 veículos, aumento de 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento das vendas reforça a tendência de expansão da indústria chinesa no mercado brasileiro.

Investimentos da GWM no Brasil

A GWM prevê investimento de R$ 4 bilhões até 2026, incluindo a inauguração da nova fábrica. Entre 2027 e 2032, estão planejados mais R$ 6 bilhões em investimentos, o que inclui expansão da produção, tecnologia e fornecedores locais.

O investimento reforça a estratégia da empresa de se consolidar como referência no segmento de SUVs e picapes no país. A planta de Iracemápolis também será responsável por atender a demanda do mercado nacional e contribuir para o crescimento das exportações.

Impacto no setor automotivo

O crescimento das marcas chinesas no Brasil altera o cenário competitivo do setor, trazendo novas tecnologias e modelos híbridos ao mercado. A entrada de veículos PHEV, combinada à produção local, fortalece a estratégia do Governo Federal de incentivo à mobilidade elétrica e híbrida no país.

O aumento da participação chinesa no mercado de importados influencia preços, disponibilidade de modelos e estratégias de produção das montadoras nacionais. A competição crescente também pressiona por inovação em eficiência, conectividade e sustentabilidade.

Perspectivas futuras

A inauguração da fábrica em Iracemápolis marca um passo estratégico da GWM e de outras marcas chinesas, que devem manter crescimento acelerado até o fim de 2025. O setor automotivo brasileiro caminha para um cenário em que veículos chineses representarão parcela significativa das vendas, com impacto direto na economia, empregos e tecnologia local.

O mercado brasileiro acompanha atentamente o desempenho das marcas chinesas, enquanto a GWM e outras empresas investem em produção nacional, novas tecnologias e conteúdo local nos veículos, reforçando o protagonismo da China no setor automotivo do país.