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Vacina experimental bloqueia tumores e abre caminho para cura do câncer

Estudo nos EUA mostra imunizante com nanopartículas que impede surgimento e metástase de tumores

Por: Redação

15/10/202513:45

Pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst desenvolveram uma vacina experimental com nanopartículas capaz de impedir o surgimento e a propagação de tumores em camundongos. Os testes pré-clínicos mostraram que o imunizante protegeu até 88% dos animais contra diferentes tipos de câncer, incluindo melanoma, mama e pancreático, abrindo caminho para novas estratégias de prevenção da doença em humanos.

Foto Vacina experimental bloqueia tumores e abre caminho para cura do câncer
Foto: Reprodução / FreePik

“Projetamos essas nanopartículas para ativar múltiplas respostas do sistema imunológico combinadas com antígenos específicos do câncer”, explicou Prabhani Atukorale, professora de engenharia biomédica e autora do estudo.

Os testes iniciais focaram em melanoma, o câncer de pele mais agressivo. Três semanas após a vacinação, os camundongos foram expostos a células tumorais e 80% deles continuaram sem tumores até o final do experimento, enquanto todos os demais grupos desenvolveram a doença em até 35 dias.

Na segunda fase, os cientistas utilizaram lisado tumoral para criar vacinas personalizadas. Os animais imunizados resistiram a diferentes tipos de câncer, com taxas de proteção de 88% para o pancreático, 75% para o de mama e 69% para melanoma.

Apesar dos resultados promissores, especialistas alertam que a eficácia em humanos ainda não foi testada e que vacinas oncológicas enfrentam barreiras éticas e regulatórias rigorosas. Gabriela Maira de Assis, professora de Biomedicina do UniBH, destaca que “é importante evitar promessas precipitadas que possam gerar falsas esperanças ou comprometer tratamentos já comprovados”.

Hoje, a única vacina aprovada é a sipuleucel-T, indicada para câncer de próstata metastático, e mesmo ela tem efeito limitado. Pesquisas com imunizantes baseados em RNA mensageiro e outras plataformas avançam, mas uma vacina universal contra o câncer continua improvável devido à diversidade biológica dos tumores.